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Esther Góes faz papel de má
Ana Paula Lima
Da TV Press
08/05/2008 | 07:01
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A fala mansa e o olhar quase tímido de Esther Góes contrastam com o autoritarismo de Dorotéia, sua personagem em Amor e Intrigas, da Record. No folhetim de Gisele Joras, a atriz paulistana de 62 anos interpreta uma das grandes vilãs da história. "Sempre me colocaram em papéis doces e suaves, por isso estou adorando esse trabalho", analisa. Fã de Marion Cotillard, atriz francesa que estrelou o filme Piaf, a quem define como ‘um escândalo', Esther vê com bons olhos a atual fase de sua carreira. "Sou contratada da emissora até 2009 e estou em um momento bom. Me divirto com o papel e acho que a novela está crescendo", comemora.

Esther contabiliza mais de 35 anos na profissão de atriz, muitos deles dedicados ao cinema e ao teatro. Durante esse tempo, houve períodos em que esteve ausente da TV, ficando até cinco anos longe das novelas. "A profissão tem dessas coisas meio estranhas. Mas eu não atribuo isso a nada. São movimentos naturais da vida", justifica.

Depois de atuar em produções do SBT, Band e Globo, Esther passou a integrar o elenco da Record a partir de 2005, quando participou de Prova de Amor, de Tiago Santiago. Em seguida esteve em Luz do Sol, de Ana Maria Moretzsohn, em 2007.

Qual foi seu trabalho de composição para a Dorotéia?

ESTHER GÓES - O diretor Edson Spinello me deu algumas lógicas de vilã e começou me propondo uma antagonista que ao mesmo tempo possuísse um lado muito simpático. A gente conversou bastante sobre o perfil da Dorotéia e ele me sugeriu exatamente essa ‘qualidade' dela ser uma mulher autoritária, que não é o meu temperamento. Pessoas como ela existem e deixam a gente pasma. É um tipo que conhecemos muito bem.

Como você está percebendo a reação do público em relação à Dorotéia?

ESTHER - É uma reação muito boa! Por mais que o telespectador odeie o personagem, no fundo também é capaz de gostar dele. Tem essas duas coisas. E mesmo quando ele odeia bastante, acaba tendo uma simpatia pelo ator, porque é sinal de que está fazendo um bom trabalho. Mas de uma maneira geral, o público manda a raiva para o ator mesmo. Depois é que vai raciocinar ‘Não, não é ela! É o personagem'.

Você acha que hoje o público já sabe separar melhor o ator do personagem?

ESTHER - Um pouco melhor sim. Quando comecei a trabalhar como atriz, na novela Te Contei?, exibida em 1978, na Globo, como a Nelita, que era bem safadinha, eu me lembro que as pessoas me odiavam muito e as crianças me xingavam na rua. Naquela época, todo mundo misturava tudo bem mais do que agora. Hoje, as pessoas riem junto, se sentem provocadas e discutem o personagem. Mas que mandam raiva pra você, mandam sim.

Está gostando de interpretar uma vilã?

ESTHER - O vilão é sempre mais forte. E poucas vezes fiz um personagem que tivesse esse caráter ao contrário, do avesso. O nível de provocação que eles despertam no telespectador faz com que a audiência suba, porque as pessoas sentem raiva. Os autores gostam dos vilões porque eles fazem a história andar. Então, é gostoso fazer a Dorotéia. Eu me divirto muitíssimo.

Seu último trabalho na Globo foi em Explode Coração e de lá pra cá você ficou fora da televisão durante um tempo. Teve algum motivo?

ESTHER - Não. Às vezes você está voltado para o teatro, aí a televisão ou o cinema vem e te leva. Outras vezes você está fazendo uma seqüência de trabalhos no cinema e de repente você passa a fazer só teatro. É estranho. Só sei que foi muito útil para mim esse momento em que parei de fazer TV um pouco, porque tive um retorno para o teatro.




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