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Médico atende em UBS sem máscara

Cobrado por pacientes, profissional de saúde da unidade do Taboão, em São Bernardo, se exaltou e disse que já tinha tomado vacina contra a Covid

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
03/09/2020 | 00:01
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Reprodução


Um médico – cujo nome não foi informado pela Prefeitura de São Bernardo – causou polêmica na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Taboão por atender pacientes sem utilizar máscara de proteção, item obrigatório de acordo com decretos municipal e estadual para evitar a contaminação pelo coronavírus, além de fazer parte da rotina dos profissionais de saúde. Pacientes que aguardavam por atendimento notaram que o médico não estava usando a máscara. Um munícipe discutiu com o profissional exigindo que ele fizesse uso da proteção, assim como todas as outras pessoas que estavam no local. A cena foi filmada e viralizou nas redes sociais.

As imagens mostram o momento em que o médico, sem o equipamento, se exalta com a indagação do paciente, e afirma que ele é quem vai decidir se usa ou não, e que não devia satisfações aos pacientes. O profissional de saúde afirmou ainda que testou negativo para a Covid-19, e que teria tomado uma vacina – embora as imunizações que estão sendo aplicadas estejam em fase de testes sobre a eficácia –, sem detalhar, porém, se faz parte do grupo de voluntários brasileiros que estão sendo avaliados em pesquisas que buscam comprovar a eficácia de imunizações contra a doença.

Embora o médico estivesse atendendo no plantão do bairro Taboão, a equipe de reportagem apurou que ele faz parte do quadro profissional da unidade de saúde da Pauliceia, e que estaria somente substituindo outro profissional. Questionada, a Prefeitura de São Bernardo informou que o funcionário foi contratado por empresa terceirizada – que não teve a razão social revelada – responsável pelo quadro de funcionário do PA (Pronto-Atendimento) Taboão.

Em nota, a administração municipal afirmou ainda que “não concorda com a conduta adotada pelo profissional”, e que vai notificar o Conselho Regional de Medicina sobre o ocorrido, encaminhando o médico para a comissão de ética pelo “não cumprimento dos protocolos e das boas práticas da segurança de saúde pública e vigilância sanitária neste período de pandemia”, além disso, o Paço pontuou que o médico foi substituído.

Presidente da APM (Associação Paulista de Medicina) Regional de São Bernardo e Diadema, João Eduardo Charles, destacou que não é de competência da entidade a avaliação destas condutas que, por determinação legal, compete somente ao Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo ). “Entendemos que o médico, assim como qualquer pessoa, deve utilizar equipamentos de proteção, tanto para sua segurança pessoal, quanto daqueles que está atendendo. Quero destacar que, somente em nosso município (São Bernardo), quatro profissionais da saúde já perderam a vida trabalhando no combate dessa terrível pandemia, mesmo utilizando todos os equipamentos de proteção possível”, alertou Charles. 




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