Memória Titulo
Edições Mariposa e a literatura-memória em Mauá

Desta vez os livros vieram em feixe: meia dúzia de uma vez

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
29/06/2009 | 00:00
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Desta vez os livros vieram em feixe: meia dúzia de uma vez. Obras publicadas datadas de 2008, algumas financiadas pelo município e que focalizam uma editora - Mariposa - e autores de Mauá. São livros de prosa e verso. A mais doce literatura aqui praticada. E com um viés impressionante de Memória.

Ilustrações diferenciadas de Neli Maria Vieira, uma artista que surge. Curiapeba passa a ser a oitava cidade do Grande ABC, mesmo estando no Nordeste brasileiro - ou seria o Nordeste brasileiro anexado pelos lados do Corumbê, ou Jardim Zaíra?

Pedidos: Edições Mariposa, Caixa Postal 102, CEP 09301-970, Mauá. Informações: 4578-5076.

1 - OS NOVOS VELHOS RUMOS DA POESIA. Vinte e dois autores. E uma dedicatória coletiva aos precursores da arte escrita, ex-integrantes do extinto Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá.

Iracema Régis, uma das organizadoras do livro, apresenta um resumo da História da Literatura em Mauá.
Lidiane Santana, uma entre os 22 autores, escreve:

"Não se culpa o amante
Não se culpa o objeto amado
Tampouco se culpa o mal-amado
No Amor não há culpados... há vítimas."

2 - O VAQUEIRO BENDENGÓ E MAIS ESTÓRIAS DE CURIAPEBA. Contos de Aristides Theodoro. O cenário é o Nordeste, a linguagem, peculiar.

Nasci em Curiapeba e minha mãe sempre dizia que ficou muito contente, quando ouviu o meu primeiro choro e Salumbilina, velha parteira da região, com seu sorriso de gengiva encarnada, olhar para ela e dizer: "É menino home, de saco roxo, ma fia!".

3 - CONVERSA DE BOTEQUIM. Contos. O 15° título de Iracema M. Régis. São 12 histórias curtas, para se ler no trem ou na sala de jantar enquanto passa o Jornal Nacional. Notícias de jornal em linguagem literária.

"Quando cheguei à rodoviária, o movimento era grande. Não havia a presença de um ônibus sequer, das linhas municipais, pois, desde a manhã daquele dia, motoristas e cobradores haviam cruzado os braços, em protesto à morte de um cobrador assassinado."

4 - 30 POEMAS DE AMOR PARA UMA MULHER AZUL. Autor: Aristides Theodoro

Não sei por que
Mas essa mulher azul,
Entre tantas outras,
Que não são azuis
E que existem por aí,
Entrou na minha vida
De uma vez por todas
E definitivamente
Por que será?

Da dedicatória: "Bom ou ruim, quero dedicar este livro unicamente a Neli Maria Vieira e a mais ninguém". Seria ela a mulher azul?

5 - VIDA E OBRA DE ARISTIDES THEODORO (UM PERFIL QUASE COMPLETO), de Iracema M. Régis.
A autora chama o biografado de senhor, 71 anos de idade, 50 de literatura. Só por isso, senhor? E se apressa a dizer: "(...) traz a minha visão sobre o autor e sua escritura, que trata dos contos, ensaios, crítica literária e a poesia".

Tem fotos nesse livro. E cada título de capítulo já situa o homenageado. Um exemplo: "Aristides Theodoro, o Cangaceiro do Asfalto".

Iracema divide espaço com outros autores (as): "Cartas sem resposta desanimam de chegar. Mas nós contínhamos as de Aristides Theodoro, um incansável, que não desistiria de partilhar seus impressos, espalhando-os com o sopro de sua conhecida persistência" (Cecília Vertamatti, batateira de São Bernardo, falando de um cangaceiro bondoso de Mauá).

6 - HISTÓRIAS DAS ESTÓRIAS DE CURIAPEBA. Antologia de contos de diversos autores: O. T. Velho, V. C. Meira, Macário Ohana Vangélis, Deise Assumpção, Marcos R. Moreira, Paulo Horiassu Hijo, Aroldo Miguel e Filadelfo P. de Souza. Iracema Régis sempre presente.

Os autores se inspiram nas histórias de Aristides Theodoro para colocar Curiapeba no cenário do realismo. O leitor se confunde: ficção ou realidade?

Na dedicatória coletiva, a escolhida é a história literária de Mauá, "cujo brilhantismo quiçá o tempo se incumba de reconhecer".

"Depois de mais não sei quantas, as moças curiapebenses (ou seria curiapebanas?), que antes da catiloia me pareciam desprovidas dos atributos naturais da beleza, passaram a me chamar atenção. Comecei a ter a impressão de que algumas sorriam graciosamente para mim. A vontade de deixar o local passou a diminuir."  (Paulo Moriassu Hijo)

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Sexta-feira, 29 de junho de 1979

Manchete - OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decreta novo aumento do petróleo e impõe condições

Internacional - Emocionado com a notícia de que seu filho combate em Nicarágua, junto aos sandinistas, Lauro Michels, prefeito de Diadema, disse ontem que sente orgulho em saber que Clovis Michels está lutando contra uma ditadura.

Imprensa - Câmara Municipal de Santo André aprova processo contra o Diário, em virtude de críticas emitidas pelo jornal contra o Legislativo, em editoriais.

Editorial - Gesto prepondera no projeto da anistia

Futebol - Mesmo perdendo de 2 a 0 no tempo regulamentar, ontem à noite, no Morumbi, o Santos empatou com o São Paulo na prorrogação de 30 minutos e conquistou o título do Campeonato Paulista de 1978.

Anúncio - "Um bom inglês tem seu preço. Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa, com unidade em Santo André".

EM 29 DE JUNHO DE...
1919 - Padre Luiz Capra lança a pedra fundamental da igreja do Carmo, em Santo André.

MUNICÍPIOS PAULISTAS
Três cidades do nosso Estado têm São Pedro no nome: Águas de São Pedro (que comemora o aniversário em 25 de julho), São Pedro (22 de fevereiro) e São Pedro do Turvo (19 de dezembro).

Entre os municípios paulistas que celebram aniversário hoje estão: Monte Azul Paulista, Morungaba, Nova Canaã Paulista, Paulicéia e Lucianópolis.

HOJE
Dia do Papa, Dia do Pescador e Dia da Telefonista.

"Prestando homenagem ao papa, a Igreja quer festejar todos que quiseram dar ao mundo testemunho de fidelidade aos ensinamentos de Cristo" (Dom Jorge Marcos de Oliveira, bispo renunciante da Diocese de Santo André, em depoimento ao Diário há exatos 30 anos).

"Precisa-se de telefonista" (Homenagem da Companhia Telefônica da Borda do Campo, em mensagem publicada na mesma edição).

São Caetano
A solenidade de Dedicação do Altar e da Igreja Nossa Senhora da Candelária será realizada hoje, às 19h30, durante celebração eucarística que será presidida por dom Nelson Westrupp, bispo diocesano de Santo André e concelebrada pelo padre Alex Sandro Camilo.

A Paróquia Nossa Senhora da Candelária foi criada nesta data, em 1953. 




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