Paulinho Cheidde passou os últimos momentos de vida ao lado da noiva, com que conviveu durante sete anos, a jogadora de vôlei Giovanna Baleano das Chagas, 27 anos.

"No caminho para o hospital, ele segurou minha mão bem forte e ficou ofegante. Quando chegamos lá, me disse: ‘Não me deixa, não me deixa'. Pouco depois, a mão ficou fraca e o meu amor deu o último suspiro", contou, emocionada, a meio de rede do time Chieri, da Itália.

Giovanna tem o hábito de passar as férias no Brasil e ficava ao lado do noivo.

"A gente sempre se via e nunca perdia o contato. Tínhamos o projeto de morar juntos e ter filhos, constituir uma família de verdade", disse Giovanna.

O enterro de Paulinho foi marcado ontem pelo clima de comoção. Compareceram no cemitério da Vila Euclides aproximadamente 250 pessoas. Na entrada da sala do velório, ficou exposta a foto que ele mais gostava: a de um torneio que disputou pela seleção paulista na Espanha, em 1992.

"Meu irmão era uma pessoa do bem, calma. Foi uma das maiores expressões do basquete nacional. O que fez de bom ficará marcado para sempre na cabeça dos familiares, colegas e fãs", falou um de seus três irmãos, o médico ortopedista Moisés Cheidde.

O ex-jogador e atual secretário de Esportes de São Lourenço, Minas Gerais, André Brazulin viajou só para prestigiar o amigo de infância.

"Desde meninos a gente jogava em times rivais. Crescemos juntos e nunca perdemos a amizade. A gente se apoiou mutuamente quando foi a hora de largar o basquete", afirmou o ex-armador.

"Era um sujeito amigo, parceiro. Nunca levantava a voz para ninguém. Uma pessoa sensacional, exemplo de conduta", disse ex-secretário de Esportes de São Bernardo José Fiorizi Piovezana.

Após deixar as quadras - o último time foi o Databasket/São Bernardo -, Paulinho dedicou-se ao comércio. Era dono de uma pastelaria, no Centro do município, e de uma franquia de escola de informática.
(Colaborou Nilton Valentim)