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Países árabes apóiam bloco contrário à guerra no Iraque
Da AFP
17/02/2003 | 10:39
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Os países árabes ficaram do lado dos que são contra a guerra durante uma reunião ministerial realizada no Cairo neste final de semana para discutir a crise iraquiana, mas sua mensagem é confusa devido às várias divisões internas.

Depois de discussões classificadas pelo secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, de "muito francas" - eufemismo diplomático para referir-se a um litígio -, os 22 ministros das Relações Exteriores ou seus representantes "rejeitaram qualquer agressão contra o Iraque".

Também se opuseram "a qualquer agressão contra o Kuwait", referindo-se implicitamente às eventuais ameaças iraquianas contra o emirado.

Estes países pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que "conceda aos especialistas da ONU que trabalham no Iraque o tempo suficiente para concluir sua missão conforme os termos da resolução 1441", que determina que o Iraque elimine suas armas de destruição em massa.

O ministro grego das Relações Exteriores, George Papandreu, cujo país ocupa a presidência rotativa da União Européia (UE), assistiu à inauguração da conferência do Cairo e declarou que os árabes e a UE estão decididos a "trabalhar juntos para encontrar uma solução pacífica para a crise iraquiana".

O conselho ministerial da Liga Árabe destacou que "recebe favoravelmente a posição européia que insiste na necessidade de esgotar todos os meios para garantir uma solução política para a crise e evitar uma ação militar".

Os 22 membros da Liga árabe se comprometeram a "preservar a segurança e a estabilidade da República iraquiana assim como do Estado do Kuwait e sua unidade territorial", em um comunicado publicado no final de uma reunião ministerial realizada em regime de urgência.

Os países árabes "rejeitam qualquer agressão contra um ou outro (Iraque ou Kuwait) e repudiam qualquer ameaça contra a segurança de um país árabe que constitua uma ameaça à segurança do conjunto da nação árabe e à paz internacional".

Mas alguns membros da Liga Árabe, que reúne interesses geralmente divergentes, perturbaram a unidade desta mensagem. O Kuwait protestou contra a aprovação da resolução que prevê "a necessidade" dos Estados árabes de se abster de todo apoio a uma ação militar que conduza a uma ameaça para a segurança do Iraque e sua integridade territorial.

O emirado do Kuwait, que foi invadido em 1990 durante sete meses pelo exército iraquiano, acolhe a maior parte dos 150 mil soldados norte-americanos posicionados no Golfo Pérsico, à espera de uma eventual intervenção no Iraque.




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