É lugar-comum no futebol dizer que, em determinadas situações, um time não tem alternativa senão vencer. É o caso exato desta noite no Camping Wordl, o novo nome do estádio de Orlando que ficou conhecido como Citrus Bowl e que tem gramado sintético, mas recebeu uma camada de grama de rolo. A fraqueza do adversário e as circunstâncias justificam a exigência não só da vitória, mas também que seja por boa margem de gols.
Após o empate entre Brasil e Equador (0 a 0) na estreia, a possibilidade de o primeiro lugar no Grupo B do torneio ser definido no saldo de gols é real. Pode mudar, claro, pois esta é a segunda de três rodadas. Mas no momento é real e para os brasileiros fazer muitos gols é a melhor solução, até porque Peru e Equador jogam mais tarde (às 23h de Brasília).
Apesar de tudo, Dunga preferiu ser comedido. "Tem de respeitar o adversário e buscar a vitória. O que vai acontecer durante a partida são outras coisas", disse, nesta terça-feira, sem usar a palavra goleada. "Mas não mudou nada. O Brasil tem de jogar sempre para vencer."
Vencer e golear, nesse caso específico. Até jogar futebol convincente não será item tão necessário esta noite, porque o nível do Haiti - time esforçado, que vai tentar mostrar que seu sistema defensivo é forte (e por vezes violento), e que corre muito - dificilmente permitirá que se tire conclusões sobre uma possível evolução da seleção. Mas fazer saldo será um indicador importante para a sequência no torneio.
Ainda mais quando o próprio técnico do adversário admite que vencer o Brasil não é algo que cogite nem em seus sonhos, como admitiu nesta terça-feira o francês Patrice Deveu. "Pode ser pretensioso dizer que podemos ganhar, mas temos chances de conseguir um bom resultado", espera o treinador da equipe caribenha, deixando nas entrelinhas que "bom resultado", no caso, é perder de pouco.
Ainda assim, na seleção brasileira ninguém quer cair na "armadilha" de falar em goleada. "Nessa fase, não devemos pensar em golear e sim em vencer para chegarmos vivos na última rodada (contra o Peru)", disse depois do jogo com o Equador o centroavante Jonas. Ele, aliás, está com a vaga ameaçada por dois concorrentes que andam em alta com Dunga: Lucas Moura e Gabriel.
Embora o treinador não tenha dado indícios claros de que vai alterar a equipe que iniciou contra o Equador, disse nesta terça-feira ser importante manter a base para, "dependendo do jogo ir fazendo algumas alterações". Nesse caso os critérios são as condições físicas e técnica dos atletas e "principalmente as características dos adversários".
Na zaga, embora Miranda tenha treinado nesta terça-feira, o mais provável é que Marquinhos permaneça. Ele foi bem contra o Equador e além disso o Haiti não exige sacrifício do capitão.
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