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Empresa de certificaçao digital ainda espera lucros
31/08/1999 | 18:25
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A única empresa da América Latina especializada em assinatura eletrônica, a brasileira Certisign, chegou três anos antes de o mercado estar preparado para essa tecnologia. Pelo menos é essa a avaliaçao do presidente da Certisign, Marcio Libermaun, que espera começar a ter lucros a partir do ano 2001.

"O lucro na Internet é que nem a tecnologia: inevitável", afirmou. "A questao é a paciência de saber que ele virá", disse. Libermaun é um economista com especializaçao em marketing, que se lançou no mercado de Internet com a criaçao do Supermail, hoje o Cadê Você, maior catálogo de e-mails do País.

Desde 1997, quando chegou ao mercado, a Certisign já investiu cerca de US$ 4 milhoes em desenvolvimento de software e infra-estrutura de segurança, como salas-cofre e campo de contençao eletromagnético.

A Certisign é uma autoridade certificadora, o novo cartório do mundo virtual. A empresa tem tecnologia para comprovar que prestadores de serviços e usuários da rede sao de fato quem eles dizem que sao. Para tanto, é usada uma soluçao de chaves criptografadas que só podem ser lidas pela outra parte na transaçao comercial.

O mercado que mais cresce para a Certisign, no momento, é o de certificaçao de servidores de instituiçoes bancárias. De julho para cá, a Certisign vem registrando um crescimento de 25% a 30% nos pedidos, enquanto essa taxa era de 8% em dezembro do ano passado. A importância desse serviço, segundo Libermaun, reside na expansao do Internet Banking, o acesso a banco via Internet. Ele relatou que as maiores agências do Banco do Brasil e do Bradesco já sao as da Internet. "O Itaú está caminhando para isso", afirmou. O perigo para o correntista existe. Um hacker, pirata da Internet, pode clonar o site de um banco, capturar a senha de um usuário que o acesse e depois derrubar a conexao. De posse da senha, o estrago na conta do internauta pode ser grande. Na outra ponta, existem os riscos que correm os bancos.

Um correntista pode sempre alegar que nao fez uma ou outra transaçao pela Internet, e o banco nao tem como verificar se a senha foi mesmo utilizada por um terceiro. A lei de defesa do consumidor protege o correntista. "É enorme o número de rombos", disse Libermaun. "Os bancos estao correndo muito para certificar os usuários", completou. "É a única maneira de garantir que esta pessoa é esta pessoa". No futuro, aposta o presidente da Certisign, todo correntista terá uma identidade digital inviolável. O Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) é o primeiro no Brasil a contratar a certificaçao dos seus 12 mil clientes da agência virtual. Libermaun explicou que parece um número pequeno de usuários, quando comparado com o 1,2 milhao do Bradesco, 770 mil do Banco do Brasil e 600 mil do Itaú, mas é um projeto das dimensoes do piloto realizado com o Bank Boston, nos Estados Unidos. O capital da Certisign é composto por 51% da Netspace, 29% do próprio Libermaun e 20% da Megadata, do grupo Ibope.




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