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Caminhões de
lixo ampliam
número de viagens

Após fim da greve dos coletores de lixo, trabalho tem sido árduo para normalizar limpeza das ruas

Por Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/04/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Ritmo frenético de trabalho. Assim está sendo a rotina dos funcionários da limpeza urbana do Grande ABC desde o fim da tarde de segunda-feira, após oito dias de greve do setor, na busca por reajuste salarial. No Lara, principal aterro da região, localizado no bairro Sertãozinho, em Mauá, caminhões vindos de seis cidades (exceto de Santo André, que possui aterro próprio), chegavam a cada minuto na tarde de ontem. A rotina está bem mais puxada que a habitual, diante da quantidade de material que se acumulou na última semana.

“Faço a coleta de Ribeirão Pires em duas viagens. Agora, teremos que fazer três por dia até normalizar a situação. Se fosse fazer tudo em um dia só, teriam que ser, pelo menos, sete viagens”, disse um coletor, que preferiu não se identificar. Por dia, o município produz 76 toneladas de lixo.

Trabalho ainda maior em São Bernardo, cidade que produz, diariamente, 750 toneladas de resíduos. “Normalmente, fazemos três viagens de caminhão até o aterro; agora, são necessárias até cinco”, contaram um motorista e um coletor da empresa SBC Valorização de Resíduos, que saíam apressados do aterro mauaense, para darem continuidade à jornada.

Segundo a Prefeitura de São Bernardo, 1.428 toneladas de lixo haviam sido recolhidas das ruas  entre as 18h de segunda-feira e o meio-dia de ontem.

Na cidade de Santo André, que também gera 750 toneladas de lixo por dia, 2.600 toneladas já foram coletadas desde o retorno dos trabalhos, sendo 1.000 toneladas referentes a seis ecopontos, que abriram no feriado de aniversário do município.

Em Mauá, de acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos, até as 5h de ontem foram recolhidas 263 toneladas de lixo, o representa quase um dia inteiro de trabalho, já que são removidas, em média, 270 toneladas. A expectativa da Prefeitura é que a situação esteja normalizada até segunda-feira – a previsão inicial era sexta-feira.

Já em Diadema, a estimativa de lixo acumulado nas ruas é de 400 toneladas e, segundo o Executivo, a coleta estará normalizada a partir de hoje. Todos os dias são recolhidas cerca de 310 toneladas de material.

Em São Caetano, onde estima-se produção diária de resíduos de 200 toneladas, a Prefeitura informou que os coletores já haviam retomado o trabalho no fim de semana e mantido, pelo menos, 50% da coleta até sexta-feira, o que já contribuiu para a redução de lixo nas calçadas.

As prefeituras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não souberam precisar a quantidade de lixo já coletado, após o fim da paralisação.

Para os trabalhadores, a greve só resultou no aumento de trabalho com os resíduos que se acumularam durante o período. Parte deles acredita que a reivindicação da categoria não teve êxito, já que o reajuste salarial concedido foi de 10% – o reivindicado era 15,39%, e os empresários aceitaram pagar bônus em parcela única de R$ 300, mais os dias parados.

“Não valeu a pena (a greve), pois não fomos atendidos”, falou um coletor de Mauá, que preferiu não se identificar. “Tudo sobe muito, só o salário que não segue o mesmo ritmo. É uma injustiça”, lamentou operador de roçadeira Roberto Carlos Vieira, 41 anos, de São Bernardo.




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