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Bombardeios israelenses matam nove palestinos em Gaza
Da AFP
06/07/2006 | 11:24
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Nove palestinos, entre eles ativistas e civis, morreram e pelo menos 24 foram feridos nesta quinta-feira em bombardeios e ataques de tanques do Exército israelense em Beit Lahya, norte da Faixa de Gaza. Do outro lado, um grupo palestino assumiu a responsabilidade pela morte de um soldado israelense, embora a informação não tenha sido oficialmente confirmada por Israel.

O exército israelense entrou nas últimas horas na Faixa de Gaza e seus tanques tomaram posição perto de Beit Lahya e Beit Hanun, algo que não ocorria há quase um ano, em uma operação destinada a libertar o soldado israelense seqüestrado e impedir novos disparos palestinos contra seu território. Israel voltou a reiterar que está disposto a retirar suas forças da região em troca do soldado e do cessar dos disparos palestinos.

"Se devolverem Gilad Shalit são e salvo e cessarem seus disparos de foguetes, retiraremos nossas forças da Faixa de Gaza", garantiu o ministro israelense da Defesa, Amir Peretz.

Depois de receber a aprovação do governo para atacar com maior intensidade os grupos armados palestinos na Faixa de Gaza, começando pelo Hamas, uma coluna de tanques entrou na região pelo norte e tomou posição nos lugares em que, até o ano passado, se situavam as colônias judias de Dugit, Nissanit e Elei Sinai. Dezenas de famílias palestinas fugiram aterrorizadas de Beit Lahiya. A área entre os bairros de Atatra e Salatin foi reocupada pelo exército israelense e famílias inteiras, com seus filhos nos braços, carregando bolsas com seus pertences, estão deixando a área, entre os disparos de helicópteros Apache israelenses e a resposta de dezenas de ativistas armados

Segundo o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas, a ofensiva militar de Israel é "um castigo coletivo" ao povo palestino, e pediu ajuda à comunidade internacional para pôr fim a esta situação. "Israel revelou seu plano que pretende ocupar amplos setores da Faixa de Gaza, atacar a infra-estrutura e castigar coletivamente nosso povo", disse o chefe de governo em um comunicado. Para o premiê, os "crimes cometidos por Israel são símbolo de seu fracasso e de sua confusão e só fortalecerão a unidade do povo palestino".

Zona de segurança - O Estado hebreu pretende criar uma zona de segurança que isolará do resto da Faixa de Gaza, em caso de necessidade, as cidades palestinas de Beit Hanun e Beit Lahiya, de onde são lançados os foguetes que caem em seu território. "Nossas forças se mobilizarão tão intensamente quanto necessário e durante tanto tempo que for preciso para garantir que os foguetes palestinos não caiam mais nas cidades israelenses de Ashkelon e Sderot", declarou o ministro israelense de Infra-estruturas, Binyamin Ben Eliezer.

Dois ativistas palestinos morreram e pelo menos cinco ficaram feridos num ataque israelense em Abassan, ao sul da Faixa de Gaza. Segundo fontes dos serviços de segurança, os israelenses identificaram o grupo de combatentes no setor e lançaram um míssil.

O governo israelense deseja debilitar ao máximo o movimento islamita Hamas, que está no poder e é considerado por Israel o responsável pelo seqüestro do cabo Guilad Shalit, em 25 de junho passado.

Concretamente, o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert pediu a suas tropas que tentem libertar o soldado capturado, limitando a liberdade de movimento dos grupos armados, debilitando as infra-estruturas terroristas na região e eliminando os ativistas que lançam foguetes. "Israel usa dos últimos acontecimentos para apresentar sua política de fatos consumados. Uma zona de segurança não resolverá o problema, mas aumentará a violência", denunciou Saeb Erakat, o dirigente palestino encarregado das negociações com Israel.

Ministros - Por fim, um total de 27 ministros e deputados palestinos do Hamas, detidos na semana passada por Israel, compareceram nesta quinta ante dois tribunais militares, que prolongaram sua prisão preventiva.

O ministro dos Agrupamentos Locais, Issa Al Jaabari, do Trabalho, Mohammad Barghuthi, e o encarregado de Jerusalém, Khaled Abu Arafeh, e outros dez deputados compareceram ante o tribunal militar de Ofer, perto de Ramallah, na Cisjordânia. Outro tribunal, em Salem, examinou o caso dos ministros das Finanças, Omar Abdelrazeq, do Planejamento, Samir Abu Eisheh, dos Prisioneiros, Wasfi Qabha, e dos Assuntos Sociais, Fajri Turkman, assim como outros dez deputados.

No total, 64 líderes do grupo, entre eles oito ministros, foram detidos dentro da operação ofensiva de Israel na semana passada.




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