Setecidades Titulo Menos de 30%
Cai adesão à vacinação contra H1N1 na região

Ao contrário dos idosos, crianças, puérperas e gestantes comparecem pouco para imunização

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/05/2020 | 00:13
Compartilhar notícia
Marcello Casal Jr/Agência Brasil


A campanha nacional de vacinação contra a H1N1 (Influenza) chega à sua terceira e última fase com baixa adesão de determinados públicos-alvo no Grande ABC, como gestantes, puérperas (mulheres que deram à luz há 45 dias) e crianças de 6 meses a 6 anos (veja dados na tabela). Diferentemente do que ocorreu no lançamento da mobilização, em março, quando idosos faziam filas diariamente para tomar a dose nos postos de vacinação, a cobertura destes públicos não passa de 30% em nenhuma das cidades do Grande ABC.

Nesta semana, a campanha iniciou a terceira fase e, entre os grupos que devem se imunizar, estão adultos entre 55 e 59 anos, além de professores das redes públicas e privadas. Em todo o Estado de São Paulo, a adesão entre grávidas, crianças e puérperas está na casa dos 20%, abaixo da meta de 90% da população. Trabalhadores do sistema de transporte, indígenas e funcionários do sistema prisional também devem se vacinar.

Coordenadora do curso de biomedicina da Universidade Estácio – Campus Conceição, Alessandra Roggerio destaca que todos deveriam aproveitar a oportunidade e tomar a vacina, que é gratuita. “No momento onde ao sistema de saúde está extremamente sobrecarregado por causa da pandemia de Covid, a redução de incidência de indivíduos com a gripe alivia a pressão do sistema”, pontua.

Alessandra lembra que os sintomas da gripe e da infecção pelo novo coronavírus são semelhantes, e que, ao saber que o paciente está imunizado contra H1N1, há mais segurança para o diagnóstico. “É importante dizer que muitos quadros de gripes evoluem para pneumonias ou requerem internação e a oferta de leitos já está menor por causa da pandemia”, concluiu. Aumentar a cobertura de vacinação, completa a coordenadora, reduz a transmissão da doença na população. 

Pediatra e gestora do Grupo Sabin de Medicina Diagnóstica,  a médica Talita Cordeschi Corrêa afirma que, dentro dos chamados grupos de risco – idosos, gestantes é crianças –, é alta a mortalidade por complicações da gripe. “A vacinação vem então com duas frentes importantes: evitar a convergência entre Covid-19 e a gripe, ou seja, a contaminação pelas duas doenças, e a questão da lotação dos hospitais. Quanto menos casos de H1N1 complicarem, mais leitos haverá disponíveis”, completa.

Para Talita, a falta de conscientização e educação da população sobre medidas preventivas e a popularização de argumentos contra as vacinas explica a baixa adesão à imunização contra a gripe, mesmo no momento em que o mundo todo aguarda vacina contra a Covid-19. “É muito claro, na medicina baseada em evidências, a importância de se conter as doenças que podem ser contidas pela vacina”, frisa. “Lembrando que vacinar contra H1N1 não protege contra a Covid, vai apenas evitar a possibilidade de uma nova doença”, finaliza.

A campanha de vacinação segue em todo o País até 5 de junho. Alguns setores da sociedade também estão incluídos nesta fase. Mas, apesar de o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC ter informado que todos os profissionais da imprensa seriam vacinados contra a gripe, a Prefeitura de São Bernardo ainda não liberou a imunização para essa categoria profissional, alegando que não foi comunicada pelo governo estadual sobre a medida. Em Santo André, São Caetano e Diadema, a vacina está disponível para esse público. As outras cidades não responderam até o fechamento desta edição. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;