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Polícia prende homem por fraude no auxílio emergencial

Suspeito portava 13 cartões magnéticos da Caixa, comprovantes de saque e R$ 7.288 em dinheiro

Vanessa Soares
Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
21/05/2020 | 23:33
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A Polícia Militar prendeu, em Santo André, um homem – que não teve sua identidade revelada –, de 31 anos, no Jardim Ana Maria, por fraude no cadastro para receber o pagamento do auxílio emergencial, dinheiro disponibilizado pelo governo federal aos trabalhadores informais para enfrentamento da crise causada pelo coronavírus. Segundo informações da corporação, o criminoso foi abordado enquanto conduzia um veículo Volkswagen Polo. Foram apreendidos 13 cartões da Caixa, seis CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) falsas e comprovantes de saque, além de R$ 7.288 em espécie.

O caso foi registrado no 5º DP (Parque Novo Oratório), como falsificação e estelionato e permanece em investigações para checar como o golpista agia com as vítimas do crime. Pelos próximos dias, testemunhas devem ser chamadas para depor sobre o caso. Uma das linhas de investigação é que funcionários da Caixa tenham participado do esquema.

A circulação de pessoas em busca de dinheiro tem sido prato cheio para outros golpes. Crime frequente aplicado são aqueles em que os golpistas se passam por funcionários de bancos, ligam para o munícipe e relatam que os cartões estão sendo clonados. Como aconteceu com a operadora de vendas Silvia Regina Assunção, 60 anos, moradora de Santo André. Na terça-feira, por volta das 12h10, ela recebeu a ligação do suposto banco onde possui conta há mais de 20 anos. “Disseram que era do departamento de prevenção de seguro do banco e se eu tinha feito compra de R$ 1.430. Eu respondi que não e logo alegaram que eu estava sendo clonada”, detalha Silvia.

Os golpistas confirmaram dados básicos da operadora de vendas, até que solicitaram as senhas dos quatro cartões – dois de débito e dois de crédito – da munícipe. “Não passou pela minha cabeça que era um golpe. Ele (golpista) me instruiu que cortasse ao meio os cartões e colocasse em um envelope, onde um motoboy passaria para buscar”, lembra.

A operadora de vendas ainda conta que só pensou em resolver o problema rápido. “Quando o motoboy chegou, eu entreguei o envelope e só depois percebi que havia caído em um golpe”, lamenta Silvia, que soma o prejuízo de R$ 12 mil.


Advogado reforça os cuidados com fraudes pela internet

Para o advogado especialista em direito público e em direito eleitoral Arthur Luis Mendonça Rollo, mesmo em casa por causa do isolamento físico, os cuidados devem ser redobrados, pois, atualmente, a população depende muito da internet e serviços por telefone e a distância. “Principalmente com idosos, os golpistas aproveitam essa praticidade da internet, de entregar ou buscar, o que nos deixa em alerta com qualquer serviço muito prático”, comenta.

Rollo detalha que, devido a diversos golpes, os bancos devem ficar atentos para resolução desses casos. “O (Poder) Judiciário está cobrando isso dos bancos, principalmente, em comunicar seus clientes desses golpes e, em monitorar o perfil do consumo. Por exemplo, se o cliente faz uma compra muita alta que ele não está acostumado, isso deve ser verificado o quanto antes pelas instituições”, observa ele, que ainda lembra que o problema pode ficar mais difícil se o consumidor utilizar senha para qualquer transação. “Mesmo em golpe, o banco analisa se a transição é feita com a senha pelo próprio consumidor, o que dificulta a indenização”, avalia.

O especialista analisa que, em primeiro lugar, a vítima de golpes deve procurar a central do banco para o cancelamento do cartão, suspendendo qualquer operação futura que ainda os golpistas estejam fazendo. Depois, procurar a instituição para abrir processo de apuração da fraude e ressarcimento do dinheiro. “Este processo deve ser realizado junto do BO (Boletim de Ocorrências), pois, normalmente, para realizar uma transição o golpista precisa de uma conta que recebe e é por onde a polícia pode seguir as investigações”, complementa Rollo. 




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