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Pacientes esperam 5h por consulta em Sto.André
Gabriel Batista
Do Diário do Grande ABC
26/04/2006 | 08:24
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Por falta de médicos, pacientes que procuraram terça-feira o Pronto-Atendimento Central de Santo André, na praça IV Centenário, Centro da cidade, tiveram de esperar em média cinco horas para conseguir uma consulta de emergência. Mas, houve pessoas que aguardaram até sete horas, caso da aposentada Terezinha da Silva, 70 anos, e sua filha, a professora Maria Cristina, 40, que sofre de labirintite. Moradoras da Vila Floresta, elas chegaram às 10h30 no PA e só passaram pelo médico por volta das 17h30. A Prefeitura reconheceu ter operado com um quadro de profissionais insuficiente.

De acordo com a administração municipal, os plantões diurnos do Pronto-Atendimento devem contar com quatro clínicos-gerais. Mas apenas a metade trabalhava ontem até as 15h porque uma médica se encontra em licença maternidade e um outro médico está de férias. A Prefeitura de Santo André também informa que tenta repor a equipe do plantão de terça-feira por meio de contrato de emergência, mas ainda não conseguiu.

Diante dessa situação, alguns pacientes se revoltaram por volta das 20h. “Estou aqui desde às 16h. Só quando falei que iria ligar para o jornal (às 20h) é que atenderam minha filha”, disse Maria de Fátima Testoni, 45 anos, moradora da Vila João Ramalho.

Maria de Fátima havia levado ao hospital a filha Monalisa Cristina Cruz, 18, com sintomas de taquicardia e formigamento na mão esquerda. “O médico deu 10 miligramas de Diazepan para minha filha e afirmou que ela deveria ficar cinco horas em observação. Mas observação onde? O único lugar para a gente ficar é aqui na recepção”, observou Maria de Fátima.

Além da falta de médicos, a Prefeitura alega que o problema de ontem ocorreu também porque o número de emergências foi acima do normal. Segundo a administração municipal, a deficiência no Pronto-Atendimento não se repetirá novamente nesta semana. A Prefeitura também afirma que um terceiro clínico-geral entrou por volta das 15h no plantão de ontem, para amenizar o problema.

Os pacientes também acusaram os médicos de conduta agressiva. A aposentada Terezinha da Silva, que, com a filha, esperou aproximadamente se-te horas, disse também ter se ofendido com a atitude de um clínico-geral. “É um médico sem educação. Quando vi que chegou nossa vez, ele disse que já havia nos chamado 15 minutos atrás. Falei que não percebi e, então, ele começou a gritar comigo. Disse que eu estava duvidando da palavra dele.”

Dor na espera – Por volta das 20h30, uma paciente reclamava de dores e falta de atendimento. Maria Vieira Gomes, moradora do Jardim Cristiane, estava com a coluna dolorida e “dura”. “Dói até quando respiro, mas estou aqui desde as quatro da tarde e meus filhos de 10 e 12 anos estão sozinhos em casa.”

Outra paciente, a aposentada Rosemari Cardoso, 58 anos, afirmou que, quando chegou, às 18h, 149 pessoas haviam sido atendidas e sua senha era de número 275.




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