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Marinho deixa o Paço engavetando as promessas do aeroporto de cargas e fábrica para produção de caças

Metas foram propagadas pelo petista nos dois mandatos e não saíram do papel

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
04/01/2017 | 07:00
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No dia 31 de dezembro, Luiz Marinho (PT) encerrou seu mandato à frente da Prefeitura de São Bernardo sem tirar do papel os dois projetos mais audaciosos de sua gestão e que foram altamente propagados nos decorrer de seus oito anos de governo: o aeroporto de cargas e instauração da SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), que iria gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais do caça Gripen NG pela empresa sueca Saab em parceria com grupo Inbra-Filtro, de Mauá, que produz estruturas metálicas para o setor de Defesa e Segurança.

Para ambos os projetos, Marinho se esquivou da responsabilidade direta para execução da metas, detalhando que a iniciativa privada estava à frente das diretrizes. Culpou a crise econômica pelo não andamento das propostas.

No caso do aeroporto, Marinho anunciou há quatro anos que havia discussão a respeito de construção de aeroporto em São Bernardo. Disse que a ideia era ter um terminal de cargas, para aliviar os aeroportos de São Paulo. A Secretaria de Aviação Civil, no entanto, apontou que jamais foi pleiteado projeto para construção de um terminal no município do Grande ABC.

“Isso é mentira de que não foi apresentado projeto, mas tudo bem. Não vou discutir sobre isso. Foi uma iniciativa para provocar os setores com um objetivo de trazer o projeto (aeroporto) para a cidade. Uma proposta vinculada ao setor privado, mas que, devido aos circunstâncias econômicas no País, levaram eles (empresas) a congelar as ações. Trata-se de um belo projeto, mas a cidade não tinha como tomar para si esta responsabilidade (de financiamento), então fomos atrás dos privados”, rebateu o petista.

Já em relação à SBTA, Marinho começou a se envolver no caso em 2010, quando viajou à Suécia a convite da empresa Saab, que concorria com outros dois modelos a preferência do governo de Luz Inácio Lula da Silva (PT) para compra de 36 aviões. Na época, o petista negou que a viagem tinha relação com a escolha do Planalto e que poderia interferir na concorrência. Marinho chegou a posar para fotos com roupa de piloto de caça.

“Este é um projeto 100% feito com recursos privados. A cidade entra apenas com saltadora de investimentos. As partes envolvidas, a Saab e a Inbra, deixaram como informação que vão cumprir o compromisso com o município de fazer a unidade aqui. Não deixei de ir atrás, mas diante da crise econômica, eles postergaram os investimentos. Minha participação neste projeto foi mais em apresentar a cidade e ter apoiado o debate público e político”, pontuou o petista. 




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