A direção da Casa de Custódia Jorge Santana, em Bangu, zona Oeste do Rio de Janeiro, ofereceu a Marcelo Nascimento Rocha, o Julião, líder da rebelião ocorrida na última sexta-feira, uma cela no seguro – local reservado para detentos que sofrem ameaças. No entanto, segundo o diretor da unidade, coronel Hudson de Mello, ele recusou a oferta e disse que está tudo tranqüilo, que não tem medo de nada.

O estelionatário de 26 anos enganou várias celebridades no ano passado ao se passar por Henrique Constantino, filho do dono da empresa aérea Gol.

Julião também enganou os detentos da Casa de Custódia ao afirmar ao CV (Comando Vermelho) que integrava a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A delegada-adjunta da 5ª DP, Bárbara Bueno, desmentiu a versão do estelionatário. No presídio ele está com o nome falso de Juliano de Souza. O motivo do erro no registro do nome será investigado por Mello.

O estelionatário foi preso em outubro passado. Para participar do Recifolia (Carnaval fora de época em Recife) Julião se identificou como Henrique Constantino e alugou um avião e um helicóptero do Grupo Antônio Farias.

Ele posou para fotos ao lado de Ricardo Macchi (que participa da Casa dos Artistas, do SBT), da modelo Marinara Costa e concedeu entrevista ao jornalista Amaury Junior, da Bandeirantes. Mas a ação do estelionatário foi descoberta em 30 de outubro, quando ele tentava alugar um táxi aéreo para levar amigos famosos a um evento em São Paulo. A Gol foi contatada e informou que Constantino estava na Europa. Sem documentos que provassem sua identidade, Julião foi levado por agentes da Polícia Federal para a 5ª DP.

Na Casa de Custódia, ele fez amizade com dois membros do PCC, presos sob acusação de planejar o seqüestro de uma autoridade estadual. Durante a rebelião, ele conduziu as negociações mantidas com um pastor e policiais militares. Na ocasião, um preso ficou ferido.