Um mês depois de um incêndio consumir um bloco e danificar outro do alojamento José Fornari, no Jardim Silvina, em São Bernardo, a paisagem pouco mudou. As estruturas permanecem com o mesmo aspecto de abandono e ainda esperam a manutenção necessária.

Com o fogo, além de perder documentos, roupas e objetos, 11 famílias que moravam do bloco J ficaram desabrigadas. O bloco vizinho, I, também foi atingido e ficou parcialmente destruído. A madeira queimada e o buraco aberto pelas chamas ainda são visíveis.

Ainda não há hidrante, mangueira ou extintor no conjunto de oito blocos com dois andares cada. "Aquele dia não tinha, hoje não tem e não acredito que um dia vão instalar qualquer tipo equipamento contra incêndio por aqui", reclamou Moisés Bispo do Santos, 42 anos, que integra a comissão de moradores do alojamento e está há dois anos com as três filhas no local.

Moradora do conjunto há dois anos, a dona-de-casa Márcia Maria da Silva Souza, 27, teve parte de sua casa, no bloco I, atingida pelo fogo. Depois de oito dias na casa de amigos, ela, o marido e os três filhos voltaram para o alojamento para ocupar outro cômodo. "Recebemos colchões, cobertores e um vale compras de R$ 40 da Prefeitura", disse Márcia, que ainda não sabe que dia, em definitivo, poderá sair do José Fornari.

RESPOSTAS
A Prefeitura diz que partir da próxima semana, quando for terminada a manutenção emergencial de 11 unidades, as famílias desabrigadas poderão retornar ao alojamento. A administração informa que serão instalados também os equipamentos contra incêndio e atribui à resistência da liderança dos moradores em aceitar a entrada dos profissionais a demora pelo começo das obras.

A Prefeitura dá uma subvenção de R$ 315 mensais denominada Renda Abrigo. Hoje, dentro ou fora do programa, mais de 200 famílias vivem em alojamentos na cidade.

O Instituto de Criminalística ainda conclui o laudo sobre as causas do incêndio. (Supervisão de Daniel Trielli)