Cultura & Lazer Titulo Humor
Cassetas de bem com a vida
25/08/2009 | 07:00
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Se Bussunda estivesse vivo, o diretor José Lavigne ganharia aqui, como em outras tantas reportagens, o status de 9º casseta. Foi justamente esse "se" que assombrou os humoristas durante muito tempo. Após enfrentar uma longa fase de luto, e pior, sem se dar conta dele, os cassetas voltaram às boas com a criação e a audiência. Completando 500 edições no ar, o programa bateu, nas duas últimas semanas, o seu recorde, retornando à casa dos 30 pontos de ibope. Fruto de uma nova fase, de mais empenho do grupo, justifica Lavigne. Em entrevista, o diretor fala pela primeira vez da crise de abstinência de Bussunda e faz mea-culpa. "Apelamos muito para a escatologia nessa época pela falta de criatividade que nos abateu."

ESTABILIDADE - "Temos consciência de que somos um pilar da programação. São 18 anos fazendo uma espécie de revista de humor da programação. Se pensarmos, todos os caras que jogam na seleção brasileira hoje nos assistem desde criança. Eles viram a gente fazer a Copa de 1994, de 1998. Temos segurança absoluta quanto a nosso histórico dentro da Globo e dentro da TV brasileira. Mas isso não garante ninguém. Não dá para relaxar. Temos uma lojinha muito bem estabelecida, na esquina com a novela das oito, mas não queremos passar o ponto."

BUSSUNDA - "Agora eu posso analisar melhor o que passou, consigo enxergar melhor as coisas. Meses depois da morte dele, eu ainda não sabia isso que vou te falar. Foi um baque enorme. Perdemos a ingenuidade. Até ali, éramos adolescentes, imortais. Não víamos a morte. Não víamos um fim para nada. Não pensávamos: ‘Estamos há 15 anos no ar e um dia..' Era só um ano depois do outro e assim ia. Não tinha avaliação de futuro, de nada... Aí o Bussunda morreu e tivemos de forçar a barra. Principalmente nos seis meses seguintes, pois tínhamos um programa, tínhamos que acabar o filme. Mas ficamos, de alguma forma, com medo de criar, de arriscar, de colocar um novo personagem no ar. Era um medo, uma dificuldade estranha. Bloqueio, mesmo. Tinha uma dor, um luto que a gente não percebia, mas existia e era gigante. Não paramos o barco, mas ligamos o ‘Depois a gente pensa nisso!' Quando essa dor foi passando, voltamos a criar e a coisa voltou a andar para frente.




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