Economia Titulo Na Itália
Unificação monetária não deve constar de discussões do G8

Rússia reivindica a criação de nova moeda de reserva internacional de referência para as transações comerciais

Por Bárbara Ladeia
Com AE
08/07/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


Apesar da polêmica gerada pelos russos em torno da criação de uma nova moeda de reserva internacional para substituir o dólar, é pouco provável que o assunto tome conta dos debates da reunião do G8 (Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Rússia) que começa hoje na Itália.

Embora esse momento não seja o ideal para alguma decisão acerca do tema, Alcides Leite, professor de mercado financeiro da Trevisan Escola de Negócios, acredita que essa é a hora de início dessas discussões. "Estamos mudando de um cenário hegêmonico e liderado por apenas um país para uma realidade multipolarizada", explica.

A moeda seria destinada à criação de uma referência para as transações comerciais internacionais. Nesse formato, maior segurança seria transferida aos negócios internacionais. "Com o dólar todos ficamos reféns da economia norte-americana. Uma nova moeda referencial, criada em conjunto, estaria mais próxima das realidades econômicas dos países", define Leite.

Para o desenvolvimento, o professor aposta na criação de uma referência com base em participações proporcionais de cada país inserido no cenário econômico internacional.

O assunto, no entanto, deve passar em branco pela reunião do G8 que começa hoje e se estende até sexta-feira na Itália. Leite entende possibilidades de saída para a crise financeira internacional constarão da pauta principal do encontro. No entanto, os reais resultados do encontro não fazem parte das preocupações do professor. "Essas reuniões têm pouco efeito. Devemos aguardar pela próxima reunião do G20, que será mais importante."

O dia mais importante para o mercado de moedas, diz um estrategista do UBS, será amanhã, quando haverá sessões de debates entre os membros do G8 e os países emergentes convidados. Hoje, um conselheiro do governo russo afirmou que o país defenderá no G8 uma nova moeda de reserva internacional. Na semana anterior, foram membros do governo chinês que se manifestaram sobre a questão. Mas os economistas não acreditam que o G8 vá carregar uma proposição para uma moeda alternativa.

A razão principal para esta percepção é o argumento de que nem mesmo o Bric fez isso no comunicado que se seguiu ao encontro realizado em junho. Analistas avaliam que, se não houve manifestação formal entre os principais interessados para a substituição do dólar por uma outra moeda supranacional, é mais improvável ainda que qualquer menção apareça no comunicado do G8, que, mesmo com a presença da Rússia, reúne as sete economias mais industrializadas do globo.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;