A estabilidade que o meia-atacante Rivaldo vinha encontrando na Seleção Brasileira parece estar bem perto do fim. O técnico Carlos Alberto Parreira e o coordenador Mário Jorge Lobo Zagallo criticaram nesta segunda-feira, ainda que indiretamente, a rescisão do contrato entre ele e o Cruzeiro – situação provocada pelo próprio Rivaldo. Os dois chefões da Seleção ponderaram que fica mais difícil convocá-lo sem que ele defenda algum clube (do Brasil ou do exterior).

Parreira, em entrevista coletiva na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, foi menos direto. Ele evitou antecipar se Rivaldo será chamado para o jogo contra o Paraguai, no final deste mês, em Assunção, pela 5ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa/2006. Mas avisou ao atleta que ele "terá de estar jogando" para ser lembrado para a Seleção.

O técnico do Brasil argumentou que Rivaldo foi convocado enquanto esteve no Milan porque ele "treinava com regularidade". O meia-atacante praticamente não foi utilizado pelo técnico Carlo Ancelotti no rubro-negro milanês – em diversas ocasiões, Rivaldo não foi relacionado sequer para o banco de reservas.

Zagallo, em entrevista à Rádio Itatiaia (Belo Horizonte), foi bem mais incisivo. "Essa saída dele do Cruzeiro não foi boa. O Rivaldo fica prejudicado com essa situação, talvez até mesmo a Seleção", avisou, lembrando que o meia-atacante ficará com as condições físicas prejudicadas por causa da falta de clube.

O coordenador da Seleção lembrou que Rivaldo já foi convocado mesmo sem reunir condições físicas adequadas e destacou que essa opção da comissão técnica rendeu muitas críticas.