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Curdos querem que Kirkuk vire capital do Curdistão
Da AFP
30/07/2003 | 10:05
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Os curdos no Norte do Iraque querem que a cidade de Kirkuk, grande produtora de petróleo, se transforme na capital do Curdistão em um Iraque federal, afirmaram os dirigentes da etnia. Os turcos são contra a criação de uma federação curda, avaliando que isto seria um passo até a declaração de independência — o Sul da Turquia tem uma grande população curda.

”Nossa esperança é que Kirkuk se torne a capital" do Curdistão, disse Gadir Aziz Khabbari, representante do Partido Democrático do Curdistão (PDC) em Suleimaniya. "Ou então será Erbil", a outra grande cidade curda. Mas "nunca cederemos neste assunto", acrescentou.

”A capital do Curdistão será Kirkuk ou Erbil", afirmou também Aiso Shak Norey, o prefeito de Suleimaniya, membro do outro grande partido curdo, a União Patriótica do Curdistão (UPC).

Kirkuk está 250 quilômetros ao Norte de Bagdá e tem sido cobiçada ao longo da história. A Turquia também pediu seu controle e agora teme o desenvolvimento de um Curdistão economicamente potente.

A esperança dos curdos é compartilhada pelas duas facções — UPC e PDC — que controlam uma parte do Norte do Iraque, sem Kirkuk, desde o final da guerra do Golfo em 1991.

Khalal Talabani da UPC e Masud Barzani do PDC são membros do Conselho de governo transitório, instaurado no dia 13 de julho pela administração civil norte-americana no Iraque, e da presidência rotativa deste Conselho, onde defenderão a causa do Curdistão.

As duas primeiras entidades políticas da era pós-Saddam Hussein vão elaborar a nova Constituição do Iraque.

Os dois partidos, que dizem ter abandonado a reivindicação de independência, são favoráveis a um Iraque federal dividido em três: Sul, Centro e Norte.

Eles já têm um estudo, apoiado em documentos históricos, para demonstrar que Kirkuk é curda, disse Gadir Aziz Khabbari. “Saddam Hussein quis convertê-la em uma cidade árabe e inclusive proibiu que fossem dados nomes curdos às crianças”, explicou.

Em troca de Kirkuk e seus três milhões de habitantes, os dirigentes curdos parecem ter abandonado suas pretensões sobre Mossul.

Seus temores são em relação à Turquia. “Queremos a paz, mas os turcos não são nossos amigos", disse Aiso Shak Norey. Khabari afirmou que os turcos "acreditaram em princípio que a guerra seria uma boa oportunidade para recuperar Kirkuk".




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