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EC Santo André investe na base, forma atletas e procura apoio para CT

Clube quer fortalecer local ao mesmo tempo em que prepara o caminho para a SAF

Por Da Redação
28/04/2022 | 00:01
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Sérgio Vieira/DGABC


Cinquenta e quatro anos de fundação, uma histórica conquista da Copa do Brasil (em 2004), um importante vice-campeonato paulista (2010), campanhas memoráveis, jogadores que marcaram época, muita tradição e um autêntico representante dos andreenses no futebol. Essas são algumas formas como o Esporte Clube Santo André é visto e reconhecido pela população da cidade e da região. Mas o futebol profissional é apenas uma lado da história do Ramalhão.

Para montar um time campeão, é necessário, acima de tudo, pensar na base. E garantir investimentos para a formação de atletas talvez seja um dos principais desafios da direção do clube.

E é em uma imponente área de 250 mil metros quadrados, no bairro Recreio da Borda do Campo, no antigo Clube de Campo do ABC, hoje chamado de ‘Cidade Ramalhão’, que está instalado o celeiro de craques. Hoje são 30 garotos entre 15 e 19 anos, de várias partes do Brasil e até do Exterior, que moram no lugar, com toda a estrutura oferecida pelo clube. São cinco refeições diárias, preparadas em uma ampla cozinha industrial, espaço para fisioterapia, academia, sala de vídeo, atendimento psicológico, nove dormitórios com quatro camas em cada um deles, além de acompanhamento sobre a jornada escolar dos futuros jogadores profissionais.

A passagem na ‘Cidade Ramalhão’ está na lembrança de muitos atletas que se destacaram no Brasil e mundo afora. No momento em que a equipe do Diário esteve no clube de campo, na tarde de ontem, uma ligação por vídeo inesperada animou os meninos da base: era o lateral-direito Júnior Caiçara, que se formou na base do Ramalhão, integrou o elenco vice-campeão paulista e hoje está na Turquia.

Mas o fato é que ainda há muito a ser feito para que o espaço seja um centro de treinamento à altura da história do Ramalhão e de quem formou tantos atletas. Entre as principais necessidades estão planos para criação de um campo com dimensões oficiais, para que os treinos possam ser realizados ali, facilitando a logística. Hoje, são feitos nos campos de saibro do clube de campo ou quando é possível agendar horário para uso do Estádio Bruno Daniel.

Mais do que formar atletas, o trabalho tem como objetivo principal formar cidadãos. Na prática, é um enorme trabalho social, feito apenas com o apoio dos cofres do clube. Para expandir e se transformar em um espaço de excelência em termos de estrutura, é necessário investimento, que poderia vir tanto da iniciativa privada quanto do poder público.

Para Reinaldo de Oliveira, diretor-geral da base do EC Santo André e administrador do clube de campo, o trabalho é garantir que esses jovens consigam se aprimorar, sem deixar de lado o crescimento pessoal. “Primeiro a gente visa formar homens, acima de tudo. Queremos formar atletas de alto nível, mas principalmente pessoas de bem”, disse. “Temos um custo alto para manter tudo isso aqui e realmente precisamos de parceiros”, afirmou o dirigente.

Ao mesmo tempo em que busca investidores, a direção atua em outra frente. Amanhã deve ser publicado edital para convocação de reunião com sócios, provavelmente no dia 10 de maio, para discutir a transformação do Ramalhão em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). “Com isso, o Santo André pode garantir novos investimentos, como muitos clubes no Brasil têm feito. Isso vai ajudar a profissionalizar ainda mais o futebol”, afirmou o presidente do conselho deliberativo Celso Luiz de Almeida.

Para ele, no entanto, é necessário que a formação esteja em primeiro plano. “O futebol profissional morre sem a base. É necessário preparar o futuro. Para ter uma ideia disso, quando o Santo André conquistou a Copa do Brasil, 13 atletas eram formados na base”, contou. “Precisamos de investimentos para melhorar ainda mais nossa estrutura. O Santo André é o clube que leva o nome da cidade para o Brasil. É importante que haja uma união em torno do Ramalhão”, disse.  




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