Mutação do coronavírus que surgiu em Manaus circula em cinco das sete cidades
Estudo realizado pelo Instituto Adolfo Lutz a pedido da Secretaria de Estado da Saúde, e que foi concluído ontem, apontou que existem ao menos 152 casos da variante P.1, originária de Manaus, nos 645 municípios paulistas, sendo 14 no Grande ABC. Essa característica aumenta a transmissibilidade e torna a infecção pelo coronavírus mais grave. Cinco casos foram confirmados em São Bernardo, quatro em Mauá, três em Diadema, um em Santo André e um em Rio Grande da Serra.
Em março, o Diário mostrou que análise realizada em parceria da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), a Fundação ABC e o Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo) apontou que dez casos de novas variantes já circulavam em São Caetano.
“O aumento dos casos, internações e óbitos que identificamos especialmente no primeiro trimestre deste ano pode estar relacionado à maior circulação desta variante de atenção. Nossas equipes seguem analisando em múltiplas frentes este vírus, contribuindo com a ciência e com as ações de combate à Covid”, explicou a coordenadora de controle de doenças da Secretaria Estadual de Saúde, Regiane de Paula.
Foram avaliadas 1.439 sequências genéticas pelo Lutz e por outras instituições de referência, que identificaram 21 linhagens diferentes em São Paulo com prevalência da P.1 em 90% das amostras. O estudo também mostra evolução da variante no decorrer dos três primeiros meses deste ano. Em janeiro ela representava 20% dos sequenciamentos, em fevereiro correspondia a 40% e, em março, a 80%.
A P.1 está presente nos 17 departamentos regionais de saúde, sendo predominante em 15 regiões, com exceção de São José do Rio Preto e de Presidente Prudente, onde a P.2 é mais evidente.
“O sequenciamento genético não deve ser confundido com diagnóstico de Covid-19, até porque, não se trata de uma análise individualizada do paciente. Ele também não muda as orientações e hábitos de prevenção nem mesmo a assistência médica, que considera sempre o quadro clínico do paciente. Identificar as novas linhagens de um vírus é instrumento epidemiológico que contribui para ações de saúde pública ao permitir que identifiquemos como o vírus se comporta no espaço e tempo”, diz Adriano Abbud, diretor do centro de respostas rápidas do Adolfo Lutz.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.