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Ribeirão Pires vai abrir 30 covas no cemitério municipal

Hoje, equipamento tem 12 vagas disponíveis; administração cogita utilizar crematório de Mauá

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
23/03/2021 | 00:01
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DGABC


A Prefeitura de Ribeirão Pires vai abrir de forma emergencial 30 covas no Cemitério Municipal São José, no bairro Vila Caiçara. O trabalho será realizado pelos próprios funcionários da administração e foi autorizado ontem, após visita de integrantes das secretarias de Obras, Meio Ambiente e Infraestrutura ao local, quando foram atestadas as condições do solo para a ampliação, que visa dar conta de absorver a demanda de vítimas da Covid. Até ontem, o equipamento tinha apenas 12 vagas disponíveis.

Além de ampliar as gavetas no cemitério, Ribeirão Pires estuda contratar serviço de cremação do Cemitério Vale dos Pinheirais, em Mauá. O assunto foi discutido ontem em assembleia dos prefeitos da região no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. “Se não tivermos lugar para enterrar, precisamos dessa alternativa (cremação). Isso tudo é muito triste”, lamentou o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL). 

Segundo a Prefeitura, o crematório seria “alternativa emergencial”, caso o processo de abertura de novas covas não seja viabilizado rapidamente. Isso porque, além dos 30 túmulos que serão abertos pelos funcionários da administração, a Prefeitura pretende contratar empresa especializada para abrir mais covas no equipamento. O contrato deve ser assinado nos próximos dias, já que, como o município decretou estado de calamidade, não é necessária licitação. A previsão é a de que novas covas estejam disponíveis até o fim do mês. “(A cremação) É uma questão tratada com bastante cautela e depende de muitos detalhes, caso a adoção seja mesmo necessária”, disse a Prefeitura, em nota. 

Além de criar novas covas, a administração deve acelerar nos próximos dias exumações dos corpos que estejam enterrados há mais de três anos no cemitério, que tem capacidade para até 61,3 mil corpos, mas há rotatividade entre os jazigos. 

"A nossa UPA (Unidade de Pronto Atendimento) está lotada. Nosso hospital de campanha está lotado. Estamos vivendo um drama”, destacou Clóvis Volpi (PL), em vídeo divulgado ontem pelas redes sociais. “Continuamos com a média de 36 contaminados (por Covid) por dia”, completa.

O número de mortes por Covid acelerou nos últimos dias em Ribeirão Pires, principalmente em razão do colapso no sistema de saúde e das dezenas de pessoas que esperam por leitos de internação na fila da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), sistema gerenciado pelo governo do Estado. Das 198 mortes ocasionadas pelo coronavírus na cidade desde o início da pandemia, 46, ou seja, 23,2% aconteceram desde o dia 1º de março.




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