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S.Bernardo adia volta às aulas e impõe toque de recolher

Medidas foram tomadas depois que cidade chegou a 87% de ocupação das UTIs públicas

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
23/02/2021 | 07:00
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DGABC


A fim de evitar um colapso na área da saúde, a Prefeitura de São Bernardo decidiu ontem suspender a volta às aulas presenciais nas redes municipal e estadual, marcada para o dia 1º de março, além de interromper as autorizações concedidas para os colégios particulares, que reabriram as portas na semana passada e terão de fechar a partir de 1º de março. Segundo o prefeito Orlando Morando (PSDB), nova avaliação será feita no sistema de saúde para decidir se as redes poderão reabrir no dia 15 de março.

Além de fechar escolas, São Bernardo também decretou toque de recolher a partir de sábado. Com isso, das 22h às 5h só podem funcionar na cidade centros médicos e farmácias. Nem mesmo postos de gasolina vão ter autorização de abrir neste período. Segundo o chefe do Executivo, essa ordem é por tempo indeterminado.

As decisões foram tomadas depois que a cidade constatou crescimento expressivo no número de pessoas internadas, levando à ocupação de 87% dos leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto destacados para o tratamento da Covid-19. A situação mais caótica é no Hospital Anchieta, que está com todos os 19 leitos de emergência preenchidos. No Hospital de Urgência, referência na cidade, são apenas 11 das 80 vagas livres e no Pronto-Socorro Central, três das nove vagas estão ocupadas.Na rede particular, a ocupação é de 91%.

“Caminhamos para uma saturação na quantidade de leitos. Em novembro, tínhamos entre 40% e 45% de ocupação de UTI, hoje temos 87%, praticamente o dobro do fim do ano passado”, comentou Morando, em transmissão ao vivo nas redes sociais. “Temos apenas 26 vagas disponíveis, pouco para uma cidade com volume muito grande como a nossa. Estamos atendendo muitos pacientes de Mauá e Diadema, hoje (ontem) certifiquei os prefeitos da nossa preocupação e que eu não poderei continuar a receber pacientes de fora da cidade”, acrescentou o tucano.

A Prefeitura divulgou que do dia 22 de janeiro a 4 deste mês (período de 14 dias), foram registrados 379,39 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto que entre os dias 5 e 18 a incidência foi de 391,83 casos por 100 mil moradores.

As determinações tomadas pela Prefeitura vão constar em decreto que será publicado hoje. “Estamos preocupados com os números da nossa rede municipal e isso nos faz tomar novas medidas. O distanciamento diminuiu muito e as pessoas, infelizmente, perderam o medo da doença, o que é muito ruim. Não é normal esse aumento tão expansivo da demanda nos hospitais de São Bernardo e, por isso, tomamos estas decisões”, destacou o prefeito.

As demais prefeituras da região não sinalizaram qualquer alteração quanto às aulas presenciais ou sobre toque de recolher. A Prefeitura de Santo André afirmou, que, por enquanto, continua mantida para o dia 1º de março a previsão de retorno das aulas presenciais em escolas municipais e estaduais, já que a rede particular está autorizada a retomar. Amanhã haverá assembleia no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC para que os prefeitos possam debater o assunto.  




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