Setecidades Titulo Reflexo da pandemia
Novo pico faz subir morte por problema respiratório

Total de vítimas em dezembro foi o maior desde agosto; casos de Covid-19 aumentaram 15,7%

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
05/01/2021 | 00:01
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Dez pessoas morreram em razão de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no Grande ABC entre 1º e 28 de dezembro. Trata-se do maior número desde agosto, quando 14 moradores da região faleceram por este motivo, conforme dados do Portal de Transparência do Registro Civil. Na avaliação de especialistas, a alta está diretamente relacionada ao novo pico da pandemia do coronavírus, cujos casos de infecção tiveram acréscimo de 15,7% no mês passado, segundo a plataforma de monitoramento da pandemia SP Covid Info Tracker, mantida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

“Aumentou tremendamente o número de casos (de Covid-19) e, consequentemente, o número de pacientes que vão para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) aumentou também, fazendo o número absoluto de (mortes por) SRAG crescer”, assinala Elie Fiss, professor titular de pneumologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). Segundo ele, a doença causa pneumonia viral em 85% dos casos e, destes, 15% podem evoluir para quadro grave, comprometendo o pulmão em até 90%.

Helio Bacha, consultor técnico da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), explica que a causa do óbito é registrada como SRAG quando as sequelas do coronavírus causam a morte ou caso não seja possível determinar, em autópsia, se o falecimento foi causado ou não pelo vírus. “Uma parte pode não estar diretamente ligada à pandemia, não tem como saber, mas grande parte deve estar relacionada, pois a SRAG é um quadro de insuficiência respiratória e a Covid é uma grande causadora das angústias respiratórias”, completa.

No primeiro pico da pandemia, em junho, a região contabilizou 28 mortes por SRAG e, no mês seguinte, 18. Em setembro, outubro e novembro, meses de estabilidade no número de casos e de mortes de Covid, foram quatro, oito e três vítimas, respectivamente. Em dezembro, foram cinco falecimentos em Santo André, dois em São Bernardo, dois em São Caetano e um em Diadema.

AGRAVAMENTO DA COVID

As comorbidades são as principais causas do agravamento do quadro de Covid. As principais delas, observadas entre vítimas fatais no Grande ABC, são a cardiopatia (42,7%) e a diabete (30,5%). Além disso, pessoas com mais de 60 anos integram o grupo de risco da doença, fazendo com que idosos sejam 75,9% das mortes causadas pelo coronavírus, de acordo com dados da Fundação Seade.

Mesmo entre as pessoas que se recuperam da infecção, há possibilidade de sequelas. Estudo do Ambulatório de Recuperação Fisioterapêutica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) indicou que 76,6% dos pacientes que requerem reabilitação tem alguma comorbidade. A maioria precisa de reabilitação pulmonar e fortalecimento da musculatura global (inclui tronco, membros superiores e inferiores) após hospitalização.

Por este motivo, os especialistas reforçam que enquanto não houver vacina e a maior parte da população esteja vacinada, a melhor prevenção contra o novo coronavírus é evitar aglomerações, usar máscara, manter a etiqueta respiratória e os hábitos de higienização. E, quem puder, deve permanecer em casa.




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