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Pandemia frustra jovens sem tradicional Copinha

FPF decidiu pela não realização do torneio, usado como vitrine pelos jogadores e clubes

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
02/01/2021 | 00:06
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Nario Barbosa/DGABC


A pandemia do novo coronavírus causou diversas mudanças, adaptações, adiamentos e suspensões no calendário esportivo em 2020. E como no Brasil a proliferação não foi controlada ou alguma vacina passou a ser aplicada, a Covid-19 traz consequências também a 2021, a começar pela não realização da tradicional Copa São Paulo de Futebol Júnior, que acontece anualmente em janeiro (estaria começando hoje) e é a principal competição de jovens do País. No ano passado, por exemplo, foram 128 times participantes e, consequentemente, cerca de 3.000 atletas que, durante 23 dias buscam muito mais do que chegar ao título, mas despertar o interesse de algum clube, seja ele o seu próprio, concorrente ou até de outro país.

Sendo assim, pelo menos neste início de ano, os times perdem uma fonte certa de jovens com potencial, além de mão de obra barata e identificada para reforçar os elencos, tendo em vista os campeonatos estaduais. Além disso, os próprios garotos ficam sem um palco para exibir seu futebol. “Sempre é difícil não disputar uma competição como a Copa São Paulo, que é uma vitrine para o futebol brasileiro. Todos os atletas das categorias sub-17 e sub-20 esperam pela competição”, destacou o técnico dos juniores do São Bernardo FC, Márcio Zanardi. “Mas a gente sabe que foi um ano atípico e infelizmente foi decisão correta não ter a competição”, emendou o treinador.

Por ser torneio de tiro curto, a Copa São Paulo de Futebol Júnior exige grande estrutura. Por exemplo, as delegações ficam hospedadas dividindo mesmo hotel, um mesmo estádio recebe dois jogos em único dia, entre outras particularidades que inviabilizariam a realização em meio à pandemia, que também tem suas exigências e particularidades.

Na opinião do técnico da equipe profissional do Santo André, Paulo Roberto, é ruim não ter Copinha em 2021, mas admite que atualmente a competição tem prós e contras. “Vejo que é uma competição que já teve nível técnico mais apurado, porque hoje em dia tem número excessivo de clubes e jogou para baixo o nível, mas é tradicional, principalmente para o futebol paulista”, contrapõe. Segundo ele, para o Ramalhão e o planejamento para o Paulistão, tal situação pouco conta. “Não atrapalha em nada nossa montagem, até porque não temos tido base na qual possamos buscar jogadores para fazer parte do elenco profissional”, lamentou. “Mas, futuramente, o Santo André vai desenvolver trabalho profissional e qualificado, e poderá revelar atletas que possam ajudar a compor o elenco da equipe profissional”, observou Paulo Roberto. Recentemente, entretanto, atletas que disputaram a Copa São Paulo há dois ou três anos estiveram no elenco principal andreense, casos de David Ribeiro, Matheus Santiago, Wesley Pereira, Vinicius Rodrigues e outros. O Santo André venceu o torneio em 2003, vencendo o Palmeiras, nos pênaltis.

ALTERNATIVAS

Sem calendário no sub-20, o São Bernardo FC apostou as fichas no Paulista da categoria, no segundo semestre de 2020. Chegou às quartas de final, sendo eliminado pelo Palmeiras, que seria o campeão. Mas Zanardi celebra o fato de ter podido ceder jogadores para o time principal, então comandado por Marcelo Veiga e Sérgio Ricardo na Copa Paulista. “A gente teve, em três meses de trabalho, a satisfação em conseguir (emplacar) alguns atletas no profissional do ano que vem, o que é muito satisfatório”, destacou. Nos últimos anos, Samuel Lino e Nicolas foram dois exemplos de atletas que disputaram a Copinha pelo Tigre e depois foram alçados ao grupo profissional.
 




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