Das prefeituras do Grande ABC que têm contratos com agências de publicidade, São Bernardo foi a que mais gastou recursos para promover sua gestão.

Conforme dados dos portais da transparência dos municípios de Santo André, de São Bernardo e de São Caetano – as que contam com acordos vigentes –, o governo de Orlando Morando (PSDB) despendeu R$ 10,7 milhões com os dois convênios ativos. A média é de R$ 972 mil por mês.

Em Santo André, a despesa com publicidade oficial foi de R$ 8,7 milhões no período. Em São Caetano, contabilizando a Prefeitura e as autarquias Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) e USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o valor foi de R$ 7,6 milhões.

Um dos setores estratégicos para uma administração pública, o investimento em comunicação oficial estará na pauta do governo Morando a partir do ano que vem, uma vez que, necessariamente, a Prefeitura precisará tocar nova licitação. A última concorrência pública foi feita em 2015, ainda na gestão de Luiz Marinho (PT), e foi vencida pelas empresas Octopus Comunicação e Max Offices Propaganda & Marketing.

Pela Lei de Licitações (8.666), um acordo público pode ser prorrogado por até cinco anos. A tendência é a de que até abril a concorrência seja concluída por parte da Prefeitura de São Bernardo.

Segundo o governo tucano, em questionamento acerca de quais critérios utilizados para direcionar a verba publicitária, “as agências mencionadas vêm atuando nestes anos e são as responsáveis pela elaboração do plano de comunicação, definindo os veículos de comunicação a serem utilizados, sendo o Diário do Grande ABC o maior contemplado ao longo deste período”. Os números, porém, não foram detalhados. Em 2020, o Diário recebeu 1,86% de todo volume publicitário da Prefeitura de São Bernardo.

O Diário indagou também se houve valor específico no setor em meio à pandemia de Covid-19. “Com a chegada da pandemia, o município, com a finalidade de garantir a saúde pública, direcionou as campanhas de publicidade para informar sobre ações, serviços, conscientização para uso de protocolos sanitários, além da chegada de novos hospitais permanentes (como o novo Anchieta, que viabilizou 100 leitos exclusivos para o tratamento da Covid-19 e o Hospital de Urgência, com outros 250 leitos, também exclusivos).”

Ao longo dos quatro anos de gestão de Orlando Morando, a administração tucana despendeu R$ 66,9 milhões em propaganda. Nos três primeiros anos, R$ 56,2 milhões. A média anual é de R$ 16,7 milhões.

Neste ano, as prefeituras de Diadema, de Mauá, de Ribeirão Pires e de Rio Grande da Serra não dispunham de contratos ativos de publicidade institucional.