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MPE pede prisão de Klinger e mais cinco acusados
Gislayne Jacinto
e Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
21/06/2002 | 00:00
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O Ministério Público Estadual requereu à Justiça de Santo André a prisão preventiva do secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza, do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e de mais quatro pessoas. Todos foram denunciados pelos promotores públicos como integrantes de um suposto esquema de formação de quadrilha determinada a arrecadar recursos por meio de extorsão a empresários no ramo de transportes e desvios de dinheiro dos cofres públicos municipais. O juiz da 1ªVara Criminal de Santo André, Iasin Issa Ahmed, decide nesta sexta, às 14h, se decreta ou não a prisão.

Sérgio Gomes da Silva é o empresário que estava com o prefeito Celso Daniel (PT) quando ele foi seqüestrado em janeiro deste ano, e depois assassinado. Os demais denunciados são Ronan Maria Pinto, Irineu Nicolino Martin Bianco, Humberto Tarciso de Castro e Luiz Marcondes de Freitas Júnior.

O juiz disse nesta quinta que Klinger, por ocupar cargo público, tem prazo de 15 dias, depois que for notificado, para responder por escrito as acusações. Apesar disso, Ahmed informou que a defesa tramita paralelo ao pedido de decretação da prisão preventiva. Não existe vínculo, ou seja, não interfere hoje na decisão do juiz.

Ahmed disse que a prisão preventiva é decretada quando a Justiça tenta prevenir o resultado do processo ou a pessoa apresenta perigo à sociedade. O processo que o juiz está analisando tem três volumes e conta com mais de 700 folhas. "Provavelmente a tramitação do processo será sigilosa em nome do interesse público e para preservar as provas".

Promotores – O promotor Ricardo Wider Filho disse que o Ministério Público pediu prisão preventiva dos denunciados como medida indispensável à garantia da instauração do processo criminal e para assegurar a aplicação da lei penal. "Soltos, certamente exerceriam com maior intensidade seu poder de intimidação sobre as pessoas que deverão ser ouvidas nos autos", disse.

Segundo Wider, o Ministério Público só entrou com o pedido de prisão preventiva porque conseguiu provas materiais – depoimentos e documentos que comprovariam a extorsão – e indícios de autoria do crime – os envolvidos nas denúncias. "Além disso, as vítimas têm medo dos denunciados e o pedido de prisão foi uma forma coerente para manter a segurança das pessoas que prestaram depoimento, a ordem pública e a moralidade administrativa, uma vez que um dos envolvidos é secretário municipal", afirmou.

O pedido de prisão preventiva foi apresentado em um relatório de investigação separado do pedido de ação penal pública que denunciou os envolvidos no suposto esquema de corrupção. No documento, os promotores alegam que os denunciados formaram uma quadrilha detentora de grave poder de intimidação das vítimas.

O relatório faz parte da denúncia oferecida pelo Ministério Público que, após distribuição, foi encaminhado ao 1º cartório criminal de Santo André. O processo está em poder do juiz Ahmed, que, além de decidir sobre a prisão preventiva, também vai definir se aceita o pedido dos promotores e instaura a ação penal.




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