Política Titulo Xingamentos
Secretária é acusada de assédio moral

Chefe da Cultura de Mauá, Eliana teria direcionado xingamentos homofóbicos a subordinados

Por Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
25/10/2011 | 07:07
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A secretária de Cultura, Esportes e Lazer de Mauá, Eliana Henrique da Silva (PT), é acusada de assédio moral por se dirigir a subordinados com xingamentos homofóbicos. Os autores das denúncias são o coordenador da Pasta, Caio Evangelista, e o assessor, do mesmo departamento, Márcio Pereira de Souza, que no fim de setembro deixaram o PT para ingressar no PPS, partido que faz oposição ao prefeito Oswaldo Dias (PT). Ambos se dizem vítima de perseguição iniciada após trocarem de legenda e, constrangidos, não compareceram ao trabalho ontem.

"O assédio moral é escancarado. Forçam para a gente sair (da secretaria). Ela (Eliana) se dirige de forma preconceituosa, chamando de bichinha, menina, moça e esquisito. Sou solteiro, feliz, e nunca dei liberdade para ela questionar (a opção sexual)", afirma Evangelista, ao antecipar que registrará boletim de ocorrência e irá processar a chefe.

Uma das falas discriminatórias de Eliana teria sido proferida na sexta-feira, ao telefone, na sede da Pasta. Sobre a iminente exoneração de Evangelista (que também é diretor do Teatro Municipal), a secretária teria dito: "Vamos explorar um teatro família, e não de bichas loucas".

Evangelista e Márcio são funcionários comissionados indicados pelo presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), marido de Eliana e que detém o comando político da Pasta. Eles romperam com o petista há um mês para apoiar a pré-candidatura a prefeito do vereador oposicionista Atila Jacomussi (PPS).

Procurada pelo Diário, Eliana afirmou que só se pronunciará sobre o caso quando tiver conhecimento de denúncia formal. A exemplo da postura adotada nas últimas semanas, Rogério reiterou que não comentará qualquer situação que envolva a ida de Evangelista para o PPS.

SEM PEDIR PARA SAIR

Apesar de afirmarem serem vítimas de assédio moral, o que tem lhes causado constrangimento, Caio Evangelista e Márcio de Souza descartam pedir demissão. "Quem nos colocou na Pasta foi o Rogério, então, ele é quem tem de nos tirar", resumiu o assessor. Márcio alegou, contudo, que já está acertado o ingresso de Toninho Jessil na direção do teatro - a Prefeitura não confirma a informação.

Outro motivo para manterem os postos, pelo menos por ora, é a prestação de contas do 3º Encontro de Teatro, realizado entre 20 e 25 de setembro. "Não posso sair sem antes finalizar esse relatório. Iriam dizer que abandonei as contas", considerou Evangelista.

LEGISLAÇÃO

Praticar assédio moral no trabalho é crime previsto no Código Penal. Na lei consta que "desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral". Prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa.




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