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Funcionários do Mappin tentam nesta 2ª empréstimo do BNDES
Do Diário do Grande ABC
30/05/1999 | 14:46
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A comissao de representantes dos funcionários das lojas de departamento Mappin e Mesbla e lideranças da Força Sindical vao reunir-se segunda-feira com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Pio Borges, no Rio, para pressionar o banco a liberar um empréstimo de R$ 17 milhoes com o objetivo de manter a sobrevida das duas redes. Um "sim" do BNDES serviria como estímulo para que outras cinco instituiçoes financeiras - Bradesco, GE Capital, Banco do Brasil (BB), Fundaçao Centrus e Funcef - liberassem outros R$ 17 milhoes cada, totalizando R$ 102 milhoes de ajuda.

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Sao Paulo promoveu neste domingo uma nova manifestaçao com funcionários do Mappin no centro de Sao Paulo, em frente da loja da Praça Ramos. Na semana passada, a comissao encontrou-se com os ministros do Trabalho, Francisco Dornelles, e do Desenvolvimento, Celso Lafer. Na quarta-feira, vao conversar com o governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT).

Todos esses eventos têm como objetivo pressionar o BNDES a liberar o empréstimo. De acordo com um dos representantes da comissao, Abramo Nicola Battilana, a liberaçao desses recursos somente acontecerá se houver uma participaçao conjunta de todas as instituiçoes. O BNDES, por sua vez, reluta em conceder o empréstimo e quer pelo menos garantias de que o dinheiro nao será aplicado a fundo perdido.

Battilana explicou que esses R$ 102 milhoes serao usados para a compra de mercadorias à vista, pagamento de aluguéis atrasados e outras despesas. De acordo com o ex-presidente da Força Sindical e atual deputado estadual pelo PFL, Luiz Antonio de Medeiros (SP), esses recursos dariam uma sobrevida de pelo menos seis meses às duas redes, tempo suficiente para que seja feita uma auditoria completa nas duas redes e para que as lojas possam ser vendidas a outra empresa. Uma das interessadas é a rede varejista americana JC Penney.

Na avaliaçao de Medeiros, que vai participar das negociaçoes com o BNDES, uma das formas de dar garantias à instituiçao seria dar ao banco o poder de indicar tesoureiros do Mappin, ou mesmo colocar as mercadorias em consignaçao, de forma que, se a rede viesse a pedir falência, nao afetaria o banco credor. Se as redes forem fechadas, serao demitidos 9 mil funcionários de 47 lojas, dos quais 13 sao do Mappin e 34 da Mesbla. Pelos cálculos do sindicato, também existem outros 50 mil empregados indiretos. O Grupo Mappin/Mesbla acumula dívidas de R$ 1,1 bilhao.

As negociaçoes de salvamento das duas marcas estao nas maos de José Paulo Amaral, convocado pelos credores há um mês para tentar reverter a situaçao. Em 1997, Amaral também aplicou uma operaçao de emergência na Mesbla e conseguiu vendê-la para o empresário Ricardo Mansur, atualmente afastado do controle do grupo, que hoje enfrenta pedidos de falência e de ameaças de despejo de alguns shoppings onde operam as marcas Mappin e Mesbla.

Desde que assumiu o Mappin, Amaral promoveu algumas mudanças que, até agora, promoveram uma economia anual de R$ 15 milhoes. Entre elas estao, além do afastamento dos diretores da equipe de Mansur, a mudança da sede administrativa para a Praça Ramos de Azevedo e a devoluçao do centro de distribuiçao em Tamboré. O novo centro passará a operar num depósito menor.




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