Aumentos de 3% até 3,7% nos preços de veículos começaram a chegar nesta segunda às revendas, como reflexo, entre outros fatores, do fim do acordo de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em três pontos porcentuais para os carros. O acordo, firmado pelo governo federal com as montadoras em agosto de 2003 por três meses e depois renovado em novembro por mais três meses para dar um ânimo ao setor, se encerrou no último dia 29 de fevereiro.

A Fiat comunicou um aumento médio de 3,5%, que no caso do Novo Mille Fire chegava a 3,7%, com a justificativa do IPI (alta de 3%) e mais 0,3% a 0,7% sobre os produtos, por custos represados de mão-de-obra e matéria-prima.

Outras montadoras não divulgaram informações de reajustes, mas concessionários da General Motors atestaram que já havia aumento de 3% para os veículos vendidos via Internet. Lojistas da Ford e Volkswagen também trabalhavam com a expectativa de repasse da ordem de 3%.

O diretor comercial da GM Vigorito, de Santo André, Hermes Schincariol Júnior, disse que, para os carros de comercialização tradicional, ele ainda aguardava tabela nova. Mas acrescentou que a loja tinha estoque (350 unidades) para 20 dias de vendas, e estes carros teriam mantidos os preços antigos. “Estoque novo não tem jeito, virá com aumento”, afirmou.

Na VW Savol, também de Santo André, o gerente geral de vendas, Edimar Vieira de Lima, disse que também esperava nova tabela de preços, mas acrescentou que a fabricante já comunicou oficialmente que haverá alta de 3%.

Revendas de marca registraram no último fim de semana vendas de 20% até 100% maiores em relação à média de veículos comercializados aos sábados e domingos, o que refletiria a expectativa do consumidor de aumento de preços a partir de março, por conta do fim do acordo do IPI. “Vendemos 43 veículos (zero km), 100% mais em relação à média normal”, disse o supervisor de vendas da Fiat Itavema, Jorge Otayek.

Na Ford Mix, a procura também cresceu. “O normal são 25 (unidades de zero km comercializados), vendemos 33”, afirmou o supervisor, Nivaldo Hilário. O gerente de outra concessionária, a GM Primarca, Edvaldo Piotto, afirmou que as vendas subiram 36% (de 30 para 45). “Tudo colaborou para que o consumidor antecipasse suas compras”, disse.

A indústria automotiva registrou queda de 11,2% nas vendas no mercado interno no mês passado na comparação com fevereiro de 2003, ao somar 104.945 unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) vendidas, de acordo com dados extra-oficiais. A retração, segundo essas informações, foi de 2,3% na comparação com janeiro deste ano. Fontes do segmento atribuem a queda, em relação ao mês anterior, aos dias úteis a menos em fevereiro. As montadoras divulgam os números oficiais do setor na quinta-feira.