Política Titulo Santo André
Em três anos, vereador mais votado da região não teve projeto aprovado
Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/12/2019 | 06:48
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Denis Maciel/DGABC


Em três anos de mandato, o vereador Roberto Rautenberg (Republicanos), de Santo André – mais votado na lista entre os 142 eleitos do Grande ABC –, não teve projeto aprovado. Autoclassificado defensor da causa animal, o parlamentar apresentou apenas dez propostas de lei nesta legislatura, mas nenhuma registrou aval do plenário legislativo. Ele requereu o décimo pedido de afastamento do cargo no começo de dezembro, desta vez por 120 dias, sob alegação de motivos particulares – tem se dedicado à rede de academias, na qual é sócio. No período, atuou dez meses ao posto para o qual foi eleito, com 7.863 votos.

No único retorno até agora neste prazo após a primeira saída do gabinete, Rautenberg ficou apenas dois meses, praticamente em tempo restrito ao recesso parlamentar – recebeu R$ 30 mil de subsídios e participou de somente uma sessão, a última antes das férias, marcada pela votação na eleição da presidência da mesa diretora, que consagrou Pedrinho Botaro (PSDB). A volta do vereador, nos bastidores, teria sido motivada por represália ao posicionamento de Jorge Kina (PSB), primeiro suplente da coligação, que havia sinalizado que não endossaria apoio ao candidato da base.

Ligado à comunidade japonesa, Kina, que angariou 3.073 sufrágios em 2016, menos da metade do registrado por Rautenberg, é quem se beneficia dos afastamentos consecutivos. Mesmo com atuação considerada discreta na Câmara, o parlamentar do PSB tem seis projetos apresentados nesta legislatura. Destes, três contaram com apreciação favorável dos colegas de Legislativo. Outro suplente que exerceu mandato por longo período – no lugar de Edson Sardano (PTB), que se licenciou para assumir cargo de secretário municipal de Segurança –, Marcos Pinchiari (PTB) protocolou 33 propostas de lei, das quais 18 foram avalizadas.

Mesmo quem está por curto prazo na legislatura, a exemplo de Vavá da Churrascaria (SD), que assumiu a cadeira há 13 meses após decisão judicial que determinou afastamento da vereadora Elian Santana (SD) do cargo, tem números, na teoria, mais positivos do que Rautenberg. No período, o empresário tem um projeto aprovado na casa.

PATRIMÔNIO

Rautenberg registrou evolução patrimonial desde a sua primeira participação em processo eleitoral, em 2012. No pleito inaugural, ele, então pelo PTB, informou à Justiça Eleitoral ter apenas R$ 20 mil na declaração de bens. Em 2014, candidato a deputado federal, o vereador apresentou significativa elevação: R$ 542,5 mil em valores, incluindo propriedades, terrenos e cotas de empresa. Na última eleição em que pediu voto para si, em 2016, formalizou R$ 763,8 mil de patrimônio.

Para a eleição de 2020, Rautenberg estuda ainda a possibilidade de lançar campanha para renovar o mandato. A probabilidade cogitada, no entanto, é que ele ajude Ricardo Rautenberg, seu irmão, a tentar vaga no Legislativo. O parlamentar não foi localizado para comentar o assunto.  




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