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Privatização reduz salário em telecomunicações
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
28/07/2009 | 07:00
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Com a privatização das empresas de telecomunicações a partir de 1997, caso da Telebrás e da CTBC - criada pela Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André, em 1954) -, houve diversas mudanças no emprego formal do setor. Entretanto, apesar da ampliação dos investimentos no segmento, o salário médio foi diminuído em R$ 500, passando de R$ 3.100 mensais para R$ 2.600.

Isso é o que aponta estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base em dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, considerando informações entre 1997 e 2007.

Embora a pesquisa não aborde o destino dos investimentos aplicados nas telecomunicações - o que hoje pode ser nitidamente percebido pela extensão das redes, da modernização e do leque de produtos ofertados -, o supervisor do escritório regional do Dieese no Distrito Federal, Clóvis Scherer, avaliou: "É possível que os investimentos tenham sido destinados à implementação de tecnologias que poupem mão de obra".

TERCEIRIZAÇÃO - A afirmação se justifica porque, embora o emprego tenha se expandido durante esses dez anos - não há percentuais do período -, os cargos beneficiados remuneram até dois salários mínimos. O cenário é fruto também da terceirização do setor, que começou a ser disseminada após o fim do monopólio estatal, em 1997.

"O trabalho terceirizado geralmente é precário e com contratos de trabalho mais flexíveis e vulneráveis", apontou Scherer. E essas atividades geralmente são compostas por ações de menor densidade tecnológica e, portanto, remuneram menos.

O levantamento não demonstra quantos dos 123 mil empregados, até 2007, eram diretos ou indiretos. Aponta apenas que as ocupações mais frequentes eram de escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (13%), técnicos em telecomunicações (12,5%) e operadores de telemarketing (11%). E que houve ampliação da participação de jovens e mulheres.

ESCOLARIDADE - Mais de 40% dos funcionários em 2007 possuíam Ensino Médio completo. Os que cursavam ou já tinham concluído Ensino Superior somavam 51%. Ou seja, de acordo com o relatório, o setor de telecomunicações exige escolaridade relativamente elevada.

Considerando o telemarketing para todos os setores, com 260 mil trabalhadores, segundo Scherer 80% têm nível médio e 16%, superior. "É um trabalho que, embora seja mal remunerado e estressante, exige domínio."




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