Os altos e baixos do futebol proporcionam situações curiosas. Se fosse há um mês, o clássico entre Santos e Palmeiras teria desenho oposto do que se apresenta hoje, quando os rivais se enfrentam , às 16h, na Vila Belmiro. Se antes o Verdão estava em crise, agora - com três vitórias consecutivas - esbanja confiança. Enquanto os santistas venceram apenas uma nos últimos quatro jogos. Além disso, o Peixe amarga tabu de quatro anos sem vencer o rival em Brasileiros.

A expressiva vitória sobre o Cruzeiro (4 a 1), sábado, tem confundido a cabeça do técnico santista Marcelo Martelotte, que segue como interino. Diante dos mineiros, o treinador escalou três atacantes e o time mostrou futebol vibrante, envolvendo o adversário. Esse resultado pode fazer com que o comandante volte a apostar nessa formação, com a entrada de Zé Eduardo ao lado de Neymar e Marcel.

No entanto, o treinador estuda usar formação mais defensiva, com Pará entre os titulares e Danilo sendo deslocado para o meio. "Já defini, mas só vou divulgar pouco antes do jogo. Essas duas opções já foram utilizadas e funcionaram, no meu ponto de vista", despista.

Com relação ao time que perdeu para o Vasco (3 a 1), na última rodada, o treinador preferiu deixar Alex Sandro e Zezinho como opções. O lateral-esquerdo Léo reassume a condição de titular. Os desfalques para o clássico continuam sendo Bruno Aguiar, Rodriguinho, Madson e Keirrison que seguem vetados pelo departamento médico.

Do lado palmeirense, a expectativa dos torcedores era pela escalação inédita da dupla de armadores Lincoln e Valdívia, mas o técnico Luiz Felipe Scolari tratou de descartar essa possibilidade. Segundo o comandante, Lincoln ainda não está pronto para reassumir a condição de titular.

"Ele está liberado para jogar até 120 minutos, mas é preciso calma. À medida que formos treinando, vamos ver como ele se adapta. Não vou colocá-lo só porque o torcedor quer. Esqueça. Vamos utilizá-lo só quando precisarmos de uma formação mais técnica e ofensiva", explicou.

A dúvida do treinador está no meio. Com dores no joelho, Edinho pode desfalcar a equipe que já não conta com Tinga, vetado. "Posso colocar mais um atacante pelo lado e recuar o Valdívia. Pode ser que entre o Luan, o Rivaldo, o Pierre...", declarou o treinador que mais uma vez não terá Marcos e Ewerthon, ambos machucados.

Calado, Neymar completa 100 jogos pelo Peixe

Não há como negar. Apesar das polêmicas em que se envolveu, Neymar continua sendo a esperança de gols do Santos. É como se fosse uma regra: se o atacante joga bem, a equipe vence. Caso contrário, a derrota é praticamente inevitável.

"Que o nosso jogo passa pelos pés de Neymar não surpreende mais ninguém. A qualidade dele é que surpreende. Temos de criar novas jogadas para não ficarmos dependentes e ter alternativas para confundir os adversários", destacou o treinador interino santista Marcelo Martelotte.

Desde que se envolveu na confusão com o ex-técnico Dorival Júnior, Neymar pouco tem falado com os jornalistas. Em campo, tem evitado reclamar das faltas e dos adversários. "Da maneira como ele apanha, temo por reação intempestiva a qualquer momento. Por enquanto, o Neymar está com comportamento exemplar", completou Martelotte.

Hoje, no clássico contra o Palmeiras, mais uma vez Neymar será o centro das atenções. O jogador será homenageado pela diretoria por ter completado quarta-feira, contra o Vasco, a marca de 100 jogos pelo clube santista.

O atacante vai jogar com uma camisa especial, estampando nas costas o número 100 e que depois será doada ao Graacc (Grupo de Apoio à Criança e Adolescente ecom Câncer). Anderson Fattori (com Agências)