A ligação entre Lewis Hamilton e o Brasil ficou mais fortalecida ontem. Assumidamente fã de Ayrton Senna, o britânico – que conquistou o tetracampeonato ao vencer o GP do México, há duas semanas – concedeu coletiva e, no fim, se emocionou ao retribuir presente à família do ídolo: uma réplica de sua Mercedes estilizada pelo artista brasileiro Eduardo Kobra, doada ao Instituto Ayrton Senna e recebida pela irmã do tricampeão, Viviane, que emocionou o piloto em seu discurso.

“Lembro uma frase do meu irmão: ‘Se quisermos mudar alguma coisa, é pelas crianças que temos que começar’. E ele influenciou crianças do mundo inteiro, uma delas, um pequeno inglês que sonhava em ser piloto de Fórmula 1, e que hoje é o melhor piloto do mundo”, disse Viviane, que preside o instituto.

Ao igualar o número de pole positions de Ayrton, no GP do Canadá, Hamilton foi surpreendido e presenteado com um capacete usado por aquele que o influenciou. Ontem, retribuiu à organização assistencial assinando a obra e dando abraço carinhoso em Viviane, com quem deixou o local de mãos dadas.

Durante a conversa com os jornalistas, várias foram as vezes que Hamilton citou Senna. “Ele é uma grande inspiração, sempre quis fazer algo parecido ao que ele fez na Fórmula 1. Quero ganhar as duas últimas corridas, principalmente esta no Brasil, que é um lugar tão especial e onde só ganhei uma única vez”, declarou.

Com contrato assinado na Mercedes até o fim do ano que vem, o britânico afirmou que ainda deve correr pelo menos mais três temporadas na F-1. Motivo: a evolução dos concorrentes tornou o campeonato mais atraente na sua visão, após travar duelo interno com o ex-companheiro Nico Rosberg. “Competir contra outro time é mais legal, muito empolgante. Sebastian (Vettel) assinou contrato de mais três anos e estou pensando que meu objetivo agora é dificultar a vida dele. Então, estarei aí, superempolgado”, sorriu Hamilton, que ainda disse não ter pressa para pensar em como escrever próximo capítulo da carreira.

Massa relembra Schumacher e fala em ensinamentos a Stroll

Felipe Massa está a dois grandes prêmios de se aposentar da Fórmula 1. Domingo, se despede do Brasil, onde já disputou 14 corridas e venceu duas, em 2006 e 2008, ambas pela Ferrari. Ontem, em coletiva, o piloto da Williams relembrou os tempos na escuderia italiana na qual teve um grande professor: Michael Schumacher.

“Eu perguntava tudo. E como eu tinha uma relação muito boa com ele, ele falava ‘acho que você devia fazer isso e tal, tenta frear diferente’. Lógico que quando eu passava a andar mais rápido que ele, aí ele falava um pouco menos. Mas eu não deixava de ficar lá tentando”, brincou o brasileiro.

Hoje, porém, é Massa, 36 anos, quem passa seu aprendizado adiante na Williams, para o jovem canadense Lance Stroll, 18. “Hoje estou do outro lado. Lembro que o conheci quando ele tinha uns 7 ou 8 anos, idade do meu filho. Dói bastante (risos). Mas é legal ver um piloto começando, ver o quanto evolui a cada momento, e ser um professor, já que trabalhamos na mesma equipe.”

Pilotos participam de ações antes das atividades na pista

A maioria dos pilotos já está no Brasil desde o início da semana para a disputa do Grande Prêmio do Brasil, domingo, em Interlagos, na penúltima etapa da temporada. E atendendo a agendas dos patrocinadores, diversos deles participaram de ações ontem.

A dupla da McLaren, por exemplo, marcou presença no kartódromo da Granja Viana e participou de bateria com jornalistas e convidados, como o ator Caio Castro. Já o recém-chegado à Renault Carlos Sainz Jr. concedeu coletiva em espaço cultural na Capital. Enquanto isso, a parceria da Red Bull, formada por Max Verstappen e Daniel Ricciardo, se arriscou em partida de futevôlei no Jockey Clube.

Já no local da corrida, o autódromo de Interlagos, as equipes seguem finalizando a montagem dos boxes. Hoje, os motores devem ser ligados, mas os carros só vão à pista amanhã, para duas sessões de treinos livres, às 10h e às 14h. No sábado, o treino classificatório será às 14h, enquanto a corrida está prevista às 14h do domingo.