A Faculdade de Medicina do ABC vai atender pacientes de planos de saúde e particulares a partir de segunda-feira, em nove especialidades médicas, de oncologia à cirurgia plástica. A expectativa é realizar cerca de duas mil consultas por mês. Os atendimentos serão feitos durante a semana, das 16h às 20h, e agendados pelo um call center, específico para o novo público.

A faculdade, mantida pela Fundação do ABC, decidiu ampliar o leque de atendimentos para aumentar a receita. Hoje, os ambulatórios prestam serviço ao SUS (Sistema Único de Saúde) e, no ano passado, 95 mil pacientes foram atendidos. O presidente da Fundação, Homero Nepomuceno Duarte, diz que a parceria com sistema público de saúde continua sendo prioridade. Mas a atenção gratuita está no limite. "Conseguimos esticar o valor do teto que recebemos do SUS. Agora são R$ 350 mil por mês. Mesmo assim, gastamos R$ 50 mil além dessa verba, que sai do próprio bolso da Fundação. Se quisermos atender mais pacientes gratuitamente, precisamos arrecadar mais ", explica Nepomuceno.

Pelas consultas particulares, serão cobrados cerca de R$ 45, valor estipulado pela tabela da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos. A Faculdade Medicina ABC ainda não fechou a lista de planos de saúde que firmaram convênio com a faculdade. Além do atendimento ambulatorial, os pacientes terão à disposição exames de laboratório, raio X e pequenas cirurgias, que não precisam de internação. A ampliação do serviço da faculdade é semelhante a iniciativas de outras instituições, como a USP (Universidade de São Paulo), que mantém o Hospital das Clínicas e o Incor (Instituto do Coração).

Mais da metade da verba arrecadada com as novas consultas será destinada às próprias disciplinas da faculdade que mantêm os ambulatórios. Nepomuceno diz que o dinheiro será investido na formação de professores, pesquisa, e compra de equipamentos modernos. "Assim, conseguimos melhorar a qualidade do atendimento. E tanto os pacientes do SUS, quanto os particulares e dos planos, vão ser beneficiados. Porque todos vão se utilizar da mesma estrutura e ser atendidos pelos mesmos profissionais", avalia.

Em pouco tempo, a faculdade quer ampliar o número de especialidades oferecidas, até chegar as 21. Para isso, os ambulatórios estão sendo estruturados para atender o aumento da demanda. "As próximas devem ser reumatologia e ortopedia. Vamos expandir, mas temos de agir com cautela. E também vamos nos pautar pelos planos de saúde", sustenta o presidente da Fundação.

As consultas, agendadas para o "terceiro turno", também podem sofrer mudanças se houver demanda. "Decidimos pelo horário da noite porque a maioria dos conveniados de planos de saúde tem preferência para este período, porque trabalham no horário comercial. E também porque era um tempo ocioso para nós. Já o público do SUS é atendido maciçamente de manhã."

A Faculdade de Medicina do ABC foi criada em 1968 e se destaca no atendimento das áreas de oncologia, dermatologia e oftalmologia, com procedimentos e equipamentos de ponta. É também é primeira do país a atender pelo SUS no setor de reprodução humana.

- A partir da próxima segunda-feira, dia 3, a Faculdade de Medicina do ABC passa a atender

planos de saúde e interessados em passar por consultas particulares.

- São nove as especialidades oferecidas: Oncologia, Cardiologia, Oftalmologia, Pneumologia, Dermatologia, Gastroenterologia, Vascular, Reprodução Humana e Cirurgia Plástica.

- Exames de laboratório e raio x também estarão disponíveis.

- As consultas poderão ser agendadas pelo call center da Fundação – telefone 2191-5400. O número estará disponível para informações e marcações a partir de segunda-feira, das 8h às 20h.

- Para os conveniados ou aqueles que pagarão pela consulta, os atendimentos médicos serão feitos de segunda a sexta-feira, das 16h às 20h, na avenida Príncipe de Gales, 821, na Fundação. Durante os períodos da manhã e da tarde, fora desse horário, a Faculdade continua a receber somente os encaminhamentos do SUS (Sistema Único de Saúde).

- Cada consulta particular custará por volta de R$ 45 e os reajustes serão feitos de acordo com a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos).