A adolescente M.M.C, 16 anos, sobrevivente ao envenenamento por arsênico que matou seus pais e sua irmã em fevereiro deste ano em Campinas, fugiu da casa dos parentes em Franca, no interior do Estado de São Paulo, e está desaparecida desde quinta-feira. O namorado da garota, que também mora em Franca e tem 16 anos, também está desaparecido. O advogado que representa a família de Campinas, Daniel Keletti, disse que os tios irão se reunir para discutir a guarda da garota, concedida pela Justiça às primas de Franca.

"Ficou claro que as primas não têm condições de cuidar dela", afirmou Keletti. Ele foi informado do desaparecimento pela polícia de Franca. De acordo com o advogado, os policiais disseram que ela deixou a casa das primas para ir à escola, com uma mochila, e não voltou mais.

Segundo os parentes contaram à polícia, a menor se relaciona com o namorado há alguns meses. Nenhum dos dois avisou as famílias sobre a fuga nem deixou qualquer mensagem. Amigos do rapaz contaram à polícia, entretanto, que ele havia comentado sobre o plano de fugir alguns dias antes, mas não revelou o local para onde pretendiam ir. As famílias dos dois adolescentes registraram o desaparecimento na Polícia Civil de Franca.

Essa é a segunda fuga da adolescente desde a morte do pai Hudson da Silva Carvalho, 46 anos, da mãe Thelma Migueis, 43, e da irmã Layla Migueis, 17. Os quatro foram internados em um hospital de Campinas com intoxicação por arsênico, mas apenas M.M.C sobreviveu. O inquérito sobre as mortes ainda não foi concluído pela polícia de Campinas.

Na primeira fuga, da casa da avó paterna, a menina deixou uma mensagem em vídeo e mudou-se para o Paraná, onde acabou sendo encontrada cerca de duas semanas depois. Keletti disse que a família de Campinas acionou a polícia da cidade, que investiga o caso, e "tomará todas as providências" para localizar a garota, como acionar os amigos e conhecidos. No domingo, a família se reúne para discutir se pedirá a guarda da adolescente para o tio Lincoln Carvalho, irmão de Hudson.