A associação protetora dos animais Mountarat entrou quarta-feira com uma representação na Justiça contra o canil público de São Bernardo. O documento aponta uma série de denúncias, entre elas maus tratos no local (do ato da captura até a prática excessiva de sacrifícios), mau uso da verba pública em decorrência da falta de políticas que promovam campanhas de esterilização e adoção de cães e gatos, e por fim, risco à saúde da população, por conta das informações insuficientes sobre o destino dado às carcaças de animais sacrificados.

A medida liminar pede a suspensão imediata das atividades do canil e exige novas instalações para o Centro de Controle de Zoonoses, atualmente localizado no bairro Nova Petrópolis. De acordo com um dos responsáveis pelo processo, o advogado Mario Luiz Augelli Barreiros, a ação tem como base o descumprimento da primeira representação feita em abril de 2002, quando foram constatadas as mesmas irregularidades.

“Tais denúncias vão além da questão das mortes (40.710 ao longo de quatro anos); há ainda um processo em trâmite na delegacia de crimes contra o meio ambiente que dá conta de tráfico de animais silvestres dentro do canil”, explico Barreiros.

Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, o Departamento de Vigilância à Saúde de São Bernardo informou que só irá se manifestar depois que receber a ação mencionada. Também não foi informada a previsão de prazo para a transferência do canil para as novas instalações no bairro Rudge Ramos - projeto que em julho se encontrava em fase de licitação.