O crime ocorreu às 5h e o motivo foi banal: Hollosi beliscou as nádegas da então adolescente M.S., na época com 16 anos. Ela reclamou com amigos que a acompanhavam e eles foram tirar satisfações com os PMs à paisana. A fita de vídeo do bar onde estavam mostra que os dois sacaram armas e dispararam vários tiros.
Morreram os amigos da adolescente, o eletricista André Fagundes Steglich, 21 anos, e o universitário Clóvis Alberto de Lima, 25, ex-namorado de M., além de dos estudantes Marco Roberto Barro Vinagre, 20, e Alexandre Jordão Silva de Deus, 18, que aguardavam uma pizza e não tinham nada a ver com o desentendimento.
Os dois policiais foram presos após seis dias. Ambos foram reconhecidos pelos sobreviventes da chacina e por testemunhas. Apesar da filmagem e dos reconhecimentos, os policiais não confessaram o crime.
Os policiais serão julgados por homicídio qualificado (motivo torpe), tentativa de homicídio e importunação ofensiva ao pudor. O circuito de vídeo de segurança do estabelecimento filmou toda a ação da dupla.
Antes do julgamento começar, serão sorteados sete dos 21 jurados, que vão decidir pela condenação, ou não, dos acusados. Os policiais Correia e Hollosi aguardaram o julgamento detidos no presídio Romão Gomes, na zona Norte da capital, destinado apenas a policiais militares.
Eles tentaram duas vezes obter habeas-corpus, mas os pedidos foram indeferidos pela Justiça. Ambos eram amigos e trabalhavam na 3ªCompanhia do 6º Batalhão, em São Bernardo.
"Espero que se faça justiça e eles sejam condenados. É o mínimo que podemos esperar do julgamento", afirmou o pai de Steglich (o eletricista morto), o aposentado Mário Dagoberto Lopes Steglich, 59 anos.
"Espero que os acusados sejam condenados pelas penas máximas em cada delito. Vou trabalhar para isso", afirmou o promotor do caso, Abner Castorinho. Um ano após a chacina, a padaria fechou. No lugar, hoje funciona uma loja que vende pára-brisas.
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