``Os norte-americanos ficaram surpresos com a reaçao de Slobodan Milosevic. Nao conseguem acreditar que os tenha desafiado', afirmam diplomatas em Bruxelas.

Representantes do Pentágono afirmaram esta quinta-feira que os ataques aéreos, que começaram em 24 de março passado, poderiam durar vários meses. No mesmo dia, o ministro francês da Defesa, Alain Richard, disse que seria preciso mostrar-se firme e manter a calma em conflito que considerou ``difícil e longo, assim como foi previsto', podendo durar ``várias semanas'.

No entanto, o secretário-geral da Otan, o espanhol Javier Solana, disse um dia depois do início dos ataques aéreos que os bombardeios aliados seriam mantidos durante alguns dias de forma a ``acabar com a defesa iugoslava'.

No dia 1º de abril, Solana começou a rever sua posiçao e ao se referir à duraçao da guerra, falou de ``semanas' ao invés de ``dias'.

Depois de mais de três semanas de campanha aérea, os militares da Otan reconhecem que a defesa antiaérea iugoslava continua ativa e que as forças sérvias continuam com sua estratégia de limpeza étnica em Kosovo.

'(A Otan) achou que as forças sérvias em Kosovo iriam eliminar o Exército de Libertaçao de Kosovo (ELK), mas que nao iriam expulsar o conjunto da populaçao', destacou um diplomata.

Os países da Aliança esperavam que o presidente iugoslavo se submetesse rapidamente, como aconteceu na Bosnia-Herzegovina durante o verao de 1995.

Mas, a Bósnia-Herzegovina nao fica no interior da Sérvia, ao contrário de Kosovo, berço histórico da naçao sérvia, segundo Milosevic.

``O exército iugosavo está equipado, treinado e Milosevic parece disposto a que seu país seja destruído', comentou outro diplomata.

``A Iugoslávia nai é o Iraque. O céu era azul, o terreno, menos difícil e os aliados conheciam o material de defesa antiaéreo iraquiano, visto que foram eles que o venderam', continuou ele.