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Na pele da masculina Juliana, Vanessa Giácomo se destaca
Por Mariana Trigo
Da TV Press
02/06/2006 | 08:17
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A aparente falta de feminilidade de Juliana, de Sinhá Moça, cativou a atriz Vanessa Giácomo. Apesar da doçura da personagem da novela das seis da Globo, Vanessa constata que sua postura masculina no modo de pensar é uma característica singular, principalmente numa trama que se passa no final do século XIX. O fato de ter crescido sem qualquer presença feminina em casa ajuda a explicar seu comportamento, sem os trejeitos delicados que as mães normalmente ensinavam às filhas. Órfã desde pequena, Juliana foi criada pelo avô Augusto, papel de Carlos Vereza, um abolicionista dono de uma tipografia, que passou os mesmos ideais libertários para a neta. “Ela não conhece o universo feminino, não usa rendinhas nas roupas, prefere as gravatinhas”, diverte-se a atriz de 23 anos.

Apesar das idéias progressistas, Vanessa garante que a personagem não abre mão do romantismo. Tanto que se apaixonou por Dimas, vivido por Eriberto Leão, à primeira vista. Mesmo assim, a atriz acredita que a aprendiz de tipógrafa se envolverá com o amigo Mário, de Caio Blat. Afinal, depois que Dimas desaparece por uns tempos, Juliana perde as esperanças que ele volte.

“Acho que ela sai do luto. Tem tudo para rolar com o Mário. Mas ela vai ter um final feliz com o Dimas”, torce a atriz, que mergulhou numa pesquisa cinematográfica para compor a personagem.

Depois de assistir a vários filmes que se passam no mesmo período histórico, Vanessa resolveu buscar referências em antigos livros de História. Aliás, desde que estreou na TV, há dois anos, como a brejeira Zuca, protagonista de Cabocla, a atriz está cada vez mais íntima dos livros de História do Brasil.

Esse foi um embasamento que permitiu que a atriz se situasse melhor no momento histórico de suas personagens, todas de tramas de Benedito Ruy Barbosa. Como se não bastasse apenas ter vivido papéis do mesmo autor na TV, ambas são personagens de remakes de época. “Ah, mas eu adoro o Benedito! Ele escreve pérolas deliciosas para a gente decorar! Se tivesse de fazer cinco remakes seguidos, eu adoraria”, exagera a atriz.

Depois de se habituar a atuar em tramas de época, a pupila de Ricardo Waddington – diretor da novela e que indicou a atriz para fazer um teste para Cabocla numa época em que ela tinha feito apenas figuração em Malhação – tem se arriscado até em opinar na qualidade das imagens da trama das seis.

Gravada no sistema HD - High Definition, a novela, que anda com a satisfatória média de 32 pontos de audiência, conta com imagens mais lentas, bem de acordo com o ritmo da época. Ou seja, bem oposta à velocidade ágil das tramas contemporâneas.

“As pessoas ainda não estão muito acostumadas. Mas tem uma poesia linda nessa lentidão que combina com o tempo da época”, elogia.

Na verdade, Vanessa assume que realmente se envolve com todos os detalhes dos trabalhos em que atua, desde quando fazia peças amadoras em Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro, onde nasceu. A atriz só se mudou para a capital do Estado aos 18 anos, quando realmente decidiu investir na carreira de atriz.

Vanessa teve sorte. Depois de participações em Malhação, passou no primeiro teste que fez para uma novela: a protagonista Zuca de Cabocla. “Corri muito atrás, mas também estive no lugar certo, com as pessoas certas. Tem gente que em 20 anos de carreira não consegue o que eu já consegui”, comemora a atriz, que tem contrato com a emissora até 2008.

Vanessa também se dedica ao cinema. No ano passado, participou de três longas – Canta Maria, A Ilha dos Escravos e Os 13 Trabalhos – e protagonizou os dois primeiros. Todos devem ser lançados até o fim deste ano.



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