Quem não tem cão, caça com gato. O dito popular cai como uma luva para definir a piscina improvisada pelos moradores da favela do DER, na região central de São Bernardo. Sem áreas de lazer na comunidade, os moradores resolveram transformar em piscina uma pequena praça que fica na altura do número 164 da Rua Maria Adelaide Lima Quelhas.

Para construir a piscina, os moradores fizeram uma rifa de uma garrafa de uísque, que rendeu R$ 1,5 mil, e pediram doações a comerciantes da região.

"Com o dinheiro e materiais arrecadados, nós mesmos fizemos o trabalho de engenharia e da obra”, afirma Sérgio Luís do Nascimento, presidente da Associação dos Moradores do DER. Para fazer a piscina, os moradores construíram uma mureta com cerca de 70 centímetros de altura, rebocaram com cimento, pintaram e encheram de água.

Segundo Nascimento, são gastos cerca de R$ 200 por semana para comprar água, dinheiro que também é rateado entre os moradores. De acordo com o presidente da associação, são necessários três caminhões-pipa (30 mil m³)para encher a piscina. A segurança dos usuários é feita por guarda-vidas voluntários da própria favela.

"A piscina é da hora”, afirma Igor Vasconcelos, de 13 anos. Igor diz que nunca havia entrado em uma piscina. “Antes eu só ia na prainha do Riacho Grande”, diz ele. Jonatan Barbosa, 8 anos, também afirma que sua única opção era a prainha do Riacho Grande até a inauguração da piscina do DER, há cerca de dois meses. “Aqui a gente pode vir sozinho, é perto de casa, e não precisa gastar dinheiro com ônibus”, afirma.

Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Esportes de São Bernardo, a afirmação dos moradores de que não há áreas de lazer próximas ao DER não é verdadeira. Segundo a assessoria, próximo do DER tem até um estádio, o 1º de Maio, e também há vagas em cursos de natação e outras atividades aquáticas em unidades da Prefeitura.