Depois de passar mais de dois anos preso preventivamente, acusado de duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio e outros crimes, Marcos Vinícius de Souza Costa, 21 anos, foi solto terça-feira por determinação da Justiça. Ele foi colocado em liberdade provisória depois que um outro preso decidiu, no ano passado, em depoimento formal, assumir a co-autoria dos crimes.

Dizendo-se “evangelizado”, o preso Carlos Alexandre Miranda Soares inocentou Costa, que aguardava julgamento cumprindo prisão cautelar no 1º Distrito Policial, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. Soares permanece preso no mesmo distrito, acusado de ter cometido outro assassinato.

De acordo com o delegado seccional Islande Batista, Costa e os irmãos Edson e Edmílson Mendonça foram presos em flagrante no dia 29 de dezembro de 2003, suspeitos de praticarem um seqüestro-relâmpago e, no bairro Palmital, em Santa Luzia, efetuarem disparos aleatórios, atingindo populares e provocando a morte de duas pessoas.

Na época, três testemunhas reconheceram Costa como co-autor dos crimes. O rapaz, que, ao contrário dos outros dois presos, não tinha passagem pela polícia, sempre negou a participação nos crimes. “O Edson e o Edimílson tinham uma vasta ficha criminal. O Marcos Vinícius era primário realmente”, disse o delegado.

Após o depoimento de Soares, a polícia instaurou um novo procedimento para apurar a veracidade do depoimento. “A partir daí nós intimamos as três testemunhas, mas uma delas já faleceu, a outra está desaparecida e a terceira testemunha mudou a versão. Disse que estava em dúvida se era o Marcos mesmo.”

A Promotoria de Justiça, considerando as novas provas coletadas, decidiu solicitar a revogação da prisão cautelar do réu. O juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, em nota à imprensa, afirmou terça-feira que “diante das circunstâncias fáticas e novas provas indiciárias surgidas, foi revisto o efeito coercitivo da ação penal” e revogada a prisão preventiva.