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OAB investiga mortes de advogados
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
09/11/2004 | 09:43
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A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) anunciou na segunda-feira a criação da Comissão Especial de Acompanhamento de Inquéritos dos Advogados Vítimas de Homicídio. A comissão foi instituída por causa dos oito assassinatos de advogados ocorridos neste ano no Estado.

Há suspeitas de que os crimes tenham relação com o exercício profissional e, até agora, somente um acusado foi detido, em Santos. Desse total, dois homicídios foram cometidos em Santo André: Ivan Rosa Ruiz, em 24 de junho, e Cláudio Delmolin de Oliveira, em 16 de julho. Ambos tinham 37 anos, eram amigos e ex-sócios.

A comissão é formada pelo Grupo Interdisciplinar de Inteligência Estratégica, presidido pelo conselheiro da OAB-SP e advogado criminalista Eduardo César Leite. Ele terá como assessores diretos outros cinco advogados especializados em crimes. O grupo contará também com colaboradores na área técnica e científica, que auxiliarão a emitir pareceres.

O grupo de colaboradores é constituído por assistentes sociais, médicos legistas, peritos em balística, peritos em exames de DNA, peritos em local, pesquisadores, psicólogos jurídicos e psiquiatras forenses.

"A comissão tem o objetivo de acompanhar de perto as investigações envolvendo crimes com advogados e também de pressionar a polícia para a solução dos casos. Não queremos impunidade", afirmou Leite.

Oficialmente, a comissão foi fundada em 22 de outubro por meio de portaria do órgão. "Queremos difundir à população que estamos empenhados nesse trabalho. Criamos um telefone para denúncia anônima e também um endereço eletrônico", conta o presidente da comissão. Quem quiser passar informações sem se identificar pode telefonar para 3116-1191 ou escrever um e-mail para advogado.vitima@oabsp.org.br.

"Ainda não obtivemos nenhuma informação da polícia de Santo André sobre o esclarecimento das mortes de Ruiz e Oliveira. Brevemente vamos procurar o delegado responsável pela investigação para saber como estão os inquéritos", disse o conselheiros da OAB Leite.

"A polícia nos informou que as investigações estão em andamento, mas ainda não é possível esclarecer o que motivou cada uma das mortes. Nada mais", disse o presidente da OAB-Santo André, José Sinésio Correia.

Segundo o delegado que investiga os dois assassinatos, Adilson de Lima, da Delegacia de Homicídios de Santo André, os dois casos são muito complexos e as principais linhas de investigação são: envolvimento de ex-clientes ou seus parentes, ex-funcionários de Ruiz e vingança por desavenças pessoais.

"Já ouvimos dezenas de pessoas e os dois inquéritos já passaram de 400 páginas. Há pouca colaboração das testemunhas e também poucas denúncias anônimas", afirmou Lima. "Acho uma ótima idéia a criação da comissão da OAB. Sempre é bom ter mais pessoas ajudando. Isso contribui para o aumento da colaboração entre todos", acrescentou o delegado.




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