Integrante da base de sustentação do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), o vereador Rafael Demarchi (PSD) sentenciou ontem que se não for adicionado veto à ideologia de gênero no PME (Plano Municipal de Educação), conforme sua emenda modificativa, irá articular pela reprovação na íntegra da matéria.
Votação definitiva do texto será realizada na quarta-feira. O governo Marinho espera pelo crivo dos parlamentares sem a adição de alterações no conteúdo.

Na semana passada, o Legislativo são-bernardense postergou a apreciação do texto justamente por divergências em torno da ideologia. Além de Rafael, o oposicionista Julinho Fuzari (PPS) também protocolou emenda solicitando impedimento explícito do termo na matéria. Ao todo, nove modificações foram sugeridas. Em relação à derrubada nominal da ideologia de gênero, 22 dos 28 parlamentares apoiaram.

“O PT fez o plano sem vetar ou liberar o termo e isso abre a possibilidade de discussão nas escolas. Será impossível votar pela aprovação do texto sem que as emendas estejam inseridas”, pontuou o pessedista.

Além de contrariar a orientação do Executivo, Rafael sustentou o posicionamento reforçando críticas diretas aos petistas. “O PT tenta manipular a base governista dizendo que a retirada do termo ideologia de gênero dificulta o combate à homofobia. Isso é mentira”, adicionou Rafael, que admitiu pressão em torno de seu posicionamento. “Tem ocorrido intimidação. Alguns funcionários comissionados foram à Câmara em horário de expediente para transformar o debate em algazarra”, completou.

Em meio ao embate no Parlamento, o secretário de Educação de Marinho, Paulo Dias (PT), se manifestou reprovando a repercussão dos vereadores. O titular da Pasta, autor da proposta, enfatizou que o termo ideologia de gênero não é citado no teor da matéria, garantindo estar excluído do foco das diretrizes de metas.

A discussão para a elaboração dos PMEs gerou polêmica em muitos municípios, principalmente após manifestação de religiosos, que pregam por veto a liberação do significado no plano. A principal preocupação é evitar que debate sobre opções sexuais ocorra nas escolas.

Os vereadores que têm articulado aprovação do texto sem veto à ideologia de gênero são os petistas José Cloves e José Ferreira.