Os indígenas, que vivem em duas aldeias separadas próximas da cabeceira do rio Jutaí, no sudeste do Amazonas, contraíram o vírus de outra tribo, os canamaris, que desde o século passado mantém contatos com extrativistas de borracha e madeireiros, que trocam comida por trabalho dos índios.
A gripe é um símbolo do fim do isolamento já que geneticamente os índios não têm resistência ao vírus dessa enfermidade, de origem européia, e que tem sido a causa da morte de milhares de índios desde 1500.
Na última semana, uma equipe da Fundação Nacional do Índio (Funai) visitou uma das aldeias dos tsohon-djapas, que pela primeira vez viam um branco.
Divididos em dois grupos por influência dos canamaris, parte dos 60 índios que integram a tribo tsohon-djapas vivem na margem do rio Jutaí, a 15 km da aldeia dos canamaris, que os mantém em regime de semi-escravidão: trabalham no campo em troca de roupas usadas, sal e sabão. O restante continua na selva.
Para o chefe da expedição da Funai, Sydnay Possuelo, é preocupante que o vírus tenha alcançado as duas aldeias. Além disso, eles não têm remédios para combater a gripe e as doenças próprias do homem branco.
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