Deputado estadual e pressionado pela cúpula do PCdoB a sair candidato a prefeito de Mauá em 2016, Atila Jacomussi revelou que em 35% das cidades paulistas o PCdoB caminhará ao lado do PSDB, dando pistas mais claras de que ficará em palanque oposto ao do prefeito de Mauá, Donisete Braga, que buscará a reeleição pelo PT.

“O PCdoB é aliado ao PT no governo federal. Mas ser aliado é uma coisa, ser alienado é outra. Onde nós poderemos ter candidaturas próprias, viáveis, em benefício da população, vamos ter, não só em Mauá. Hoje, PCdoB deve ter 35% das candidaturas de forma direta com o PSDB. Em Mauá existe essa possibilidade”, adiantou o comunista. “Não é mais tabu (apoiar candidaturas tucanas). Acho que o partido cresceu.”

Atila foi candidato a prefeito de Mauá em 2012, ficando na terceira colocação. Optou, no segundo turno, por apoiar Donisete. Ficou um ano e meio à frente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), até se desligar para buscar – com êxito – cadeira na Assembleia. Em março, houve rompimento entre os dois, com o petista exonerando funcionários ligados a Atila da administração.

“Acho que o Donisete fez opção dele. Não guardo mágoa, sem rancor no coração. Tenho paz e Jesus Cristo no coração. Faço a disputa limpa do processo eleitoral. Ele acabou rompendo com nosso grupo político para poder ter o horizonte e estudar o caminho político. É direito dele”, declarou Atila, que se esquivou de polêmica com o antigo aliado.

Sobre a possibilidade de composição com a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), o comunista abriu portas para o reencontro eleitoral – ambos foram próximos politicamente até 2012, quando Atila preteriu Vanessa no segundo turno.

“Estamos juntos por Mauá na Assembleia, com mandatos integrados. Não estivemos juntos em 2012, são ossos do ofício da política. Vejo que há amadurecimento dela ao propor isso (Vanessa sugeriu até sair da disputa para indicar vice na chapa encabeçada por Atila). Com certeza aceitaria o apoio se eu for candidato. A deputada será sempre bem-vinda. É grande figura política da região”, disse.