Acabar com os privilégios existentes no sistema previdenciário brasileiro. Esta é a proposta do economista e jornalista Brian Nicholson, que está lançando o livro “A Previdência Injusta”, pela Geração Editorial.

Formado em economia pela Universidade de Dundee, na Escócia, Nicholson veio para o Brasil em 1976. Aqui, transformou-se em jornalista tendo trabalhado para o jornal Brazil Herald e para as agências de notícias Reuters, BBC e UPI, entre outros.

Na visão do economista, privilégio é receber de volta mais do que foi contribuído. E, com base nos seus estudos, não somente funcionários públicos e militares de alto escalão se encaixam nesse perfil.

A maior parte da classe média também é privilegiada porque o sistema previdenciário nacional foi mal elaborado, permitindo distorções que impendem, por exemplo, a inclusão de 3,2 milhões de idosos acima de 60 anos no sistema.

No livro, Nicholson faz questão de dizer que ser privilegiado não significa ser corrupto, apenas que é beneficiado pelas regras.

Proposta - Pela proposta do economista britânico, os privilégios existentes hoje seriam retirados por meio de um ajuste na Constituição que permita isso e, no lugar do sistema atual, seriam criados outros dois com finalidades diferentes e valendo para os setores público e privado.

“Um é a aposentadoria nacional básica, que seria paga a todos os cidadãos, do gari ao presidente da República, sem a necessidade de contribuição e com valor um pouco acima do salário mínimo”, explicou Nicholson.

“A outra é a aposentadoria nacional complementar, similar ao sistema atual. O trabalhador contribui ao longo da vida e recebe um benefício proporcional ao que pagou. A regra vale igualmente para todos”, completou.

O economista acredita que essa é a melhor forma de distribuir renda no País, alcançando os cidadãos de classes mais pobres, inclusive aqueles sem condições de contribuir com o sistema atual.