O aumento do salário mínimo para R$ 380 irá injetar cerca de R$ 16,8 bilhões na economia nacional. No entanto, o que vai fazer diferença para o trabalhador não é apenas os R$ 30 a mais no bolso, e sim sua capacidade de compra, que subirá para duas cestas básicas ganhando o valor base.

Segundo os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), com o novo mínimo que entrou em vigor dia 1º deste mês, é possível comprar 2,05 cestas básicas – a um custo de R$ 185,96 no município de São Paulo, medido em fevereiro deste ano. É o melhor índice de consumo da série de medida anuais desde 1971.

Do total que será colocado na economia nacional a partir do próximo mês, o Dieese estima que R$ 4,1 bilhões serão pagos em tributos sobre o consumo.

Na Previdência Social, a entidade calcula que o impacto de R$ 1 adicionado na folha de pagamento é estimado em R$ 197,2 milhões ao ano. Com os R$ 30 a mais em 2007, o custo total será de R$ 5,9 bilhões. Hoje, no País, são quase 17 milhões de aposentados e pensionistas recebem o benefício atrelado ao valor base estipulado pelo governo federal.

Para o Dieese, o aumento do mínimo também deverá trazer correção em 143 pisos salariais no Brasil – 33% do total – acompanhando o novo valor.

No acordo feito com as Centrais Sindicais no final do ano passado, além do valor do salário base ficou acertada a correção da tabela do Importo de Renda, com reajuste fixo de 4,5% nas alíquotas. Isso significa a isenção para que quem ganhar até R$ 1.313,69 neste ano.

Variação - O salário base brasileiro subiu 8,57% na diferença entre R$ 350 e R$ 380. Mas descontado a inflação do período de um ano – abril de 2006 a março de 2007 – o ganho real é de 3,15%.