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Crédito de carbono: hora é dos pequenos
Por Leda Rosa
Do Diário do Grande ABC
23/04/2007 | 07:06
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Em 2006, os operadores do mercado de crédito de carbono, especialmente os envolvidos com os projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) respiraram aliviados. Com a emissão de créditos da indústria catarinense de papel e celulose Irani pela ONU (Organização das Nações Unidas) eliminou-se o risco de não-liquidação das expectativas do setor. Foi o ano da consolidação do mercado, cujo crescimento acompanhou as taxas internacionais, em torno de 150%. E 2007 promete mais. Segundo os analistas, a demanda será dos pequenos, para os quais o desafio é oferecer soluções personalizadas e manter os investimentos aquecidos.

Os números do setor são estimulantes. Em 2006 foram movimentados entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões, dos quais 30% referem-se aos projetos de MDL. O Brasil goza de boa situação nos negócios mundiais. É o terceiro do ranking, tanto em número de projetos como em volume de geração de créditos. Só perde para a China, primeiro lugar no pódio dos valores, e para a Índia, em carteira de projetos. O primeiro projeto a ser registrado na ONU foi brasileiro, da Nova Gerar, aterro em nova Iguaçu, Baixada Fluminense, para captação e queima de metano.

“O ano de 2006 foi da afirmação, do boom, quando as companhias completaram o círculo e efetivamente receberam valores”, diz Pablo Fernandez, gerente de desenvolvimento de projetos da Ecosecurities, empresa líder mundial na geração de créditos de carbono. A Ecosecurities é responsável pelo desenvolvimento do primeiro projeto a receber créditos no mundo, da hidrelétrica La Esperanza, em Honduras, em outubro de 2005.

Para 2007, as expectativas mundiais são ainda melhores, com previsão de giro em torno de US$ 30 bilhões. Boa parte deste total sai dos cofres da União Européia, Banco Mundial e Japão, os três principais compradores do mundo.

Mas, para que os negócios continuem atraentes, as agências vão precisar criar estratégias para um novo cliente: as pequenas empresas. “Os mais fáceis, os grandes projetos já foram. O caminho do crescimento do MDL no Brasil hoje passa pelos pequenos. A demanda é igual, mas as abordagens, diferenciadas. Eles precisam se agrupar para diluírem custos e cabe aos agentes apresentarem outras saídas para manter a expansão do setor”, explica Fernandez.

Além de novas respostas para os investidores nanicos, o setor ainda precisa de mais divulgação junto ao público sobre o funcionamento do MDL. Segundo os analistas, as federações da indústria poderiam atuar nesta direção e tentar ampliar o público investidor.



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