As autoridades sanitárias do México abriram uma investigação em um rígido internato católico de religiosas sul-coreanas, onde cerca de 600 meninas, sem aparentes problemas de saúde, deixaram de andar, num caso definido oficialmente como "histeria coletiva".
O fenômeno, que se manifesta através de atrofia muscular e vertigens, começou em outubro do ano passado afetando duas meninas; quatro meses depois já eram 200 as menores doentes, às quais se somaram outras 400 em março.
"Os médicos dizem que é uma imitação entre elas, que é psicológico, mas o fato de não andarem nos espanta muito e está assustando os pais", declarou Margie Cheong, a religiosa que dirige o colégio.
O internado 'Villa de las niñas', que se localiza em Chalco, estado do México, é dirigido pela congregação religiosa sul-coreana 'Irmãs de Maria', um grupo católico que aplica uma disciplina rígida, que permite apenas duas saídas por ano para as internas visitarem os pais e proibição de receber correspondência.
A estranha "epidemia", que chegou até a imprensa através dos testemunhos de cinco professores demitidos da instituição, desaparece quando as meninas saem do colégio, o que levantou acusações de maus-tratos contra as religiosas.
Outro fator que irrita as famílias das menores, em sua maioria com poucos recursos econômicos, é a utilização de remédios naturais e medicina oriental no tratamento das crianças. Uma das alunas, portadora de câncer, denunciou à rede Televisa que durante meses um médico coreano, chamado pelas religiosas, queimou seu peito para eliminar nódulos em sua garganta. "Queríamos ajudar as doentes com terapia oriental, não fazer-lhes mal", defendeu-se Cheong, acrescentando que isso está sendo usado para atacar a escola.
A diretora enfatizou que em seu estabelecimento há mais de três mil menores saudáveis, enquanto que, das 600 doentes, 300 abandonaram a instituição.